Mais uma manifestação dos profissionais de eventos, contrários à obrigatoriedade do teste negativo da Covid em casamentos, shows e festivais gastronômicos, está prevista para ocorrer em Belo Horizonte. Onze entidades do setor farão um protesto em frente à sede da prefeitura na manhã desta segunda-feira (7).
Vice-presidente do Sindicato das Empresas de Promoção, Organização e Montagem de Feiras, Congressos e Eventos de Minas Gerais (Sindiprom), Karla Delfim afirma que a determinação da PBH jogou um banho de água fria num setor que voltava a respirar após 18 meses de paralisação e que viu, de acordo com dados levantados pelas entidades, mais de 50% das empresas serem fechadas.
"Ao contrário de bares, restaurantes e shopping, não tínhamos a opção do on-line para continuar. Eventos sociais, esportivos, religiosos e festivais gastronômicos deixaram de acontecer. Apenas algumas reuniões empresariais puderam ser feitas nesse formato", registra a dirigente.
Ela diz que falta de diálogo com o Executivo, que anunciou uma medida que entraria em ação três dias depois, numa segunda-feira (31 de janeiro). "Havia festas de 15 anos e de formatura na semana seguinte que não tiveram tempo de se planejar e investir em testes, que, por sinal, não têm sido encontrados", observa Karla.
A vice-presidente da Sindiprom compara a situação com os bares e restaurantes, que hoje funcionam normalmente. Ela observa que, no lugar de eventos especiais, as pessoas estão se reunindo do mesmo jeito para comemorar, trocando-os pelos estabelecimentos que servem comida.
"Somos a favor das exigências sanitárias, do distanciamento social e do uso de máscara e álcool em gel. Mas o que vemos é uma incoerência, já que 80% da população em Minas Gerais está imunizada e, em Belo Horizonte, mais de 90%. Quem está internado em hospital hoje é aquele que não se vacinou".
As entidades ainda não possuem números concretos sobre a baixa frequência em teatros, circos e casas de shows após a exigência do teste de Covid, mas o setor tem observado uma queda de 40 a 50%.
"Como um espectador irá pagar R$ 30 por um ingresso e mais R$ 120 por um teste? Ele não irá, o que acaba prejudicando mais de 70 setores. Não é só o produtor que é impactado, mas o técnico de som, o pipoqueiro do lado de fora do teatro e o carregador de material da feira do Expominas", registra Karla, que chama a atenção para o êxodo de grandes eventos para outras cidades e estados.
À frente de uma empresa especializada em eventos corporativos e técnico-científicos, ela cita que um cliente da área de meio ambiente preferiu transferir duas atividades para Santa Catarina.
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