Clarice Lispector, Edith Piaf e Frida Kahlo estarão em cena no Grande Teatro do Sesc Palladium amanhã e domingo. O “encontro” das três artistas icônicas se dará na peça “Três Mulheres e um Bordado de Sol”. Unindo teatro e dança, poesia e música, o espetáculo faz um recorte da vida menos conhecida das divas.
“Não procuramos ser literais. O nosso interesse não é mostrá-las como as pessoas acham que elas eram. Fizemos um recorte e depois um ‘tecido’. A gente traz muitas referências das três, mas não do que tradicionalmente se vende (…) Apresentamos o lado tão poético de cada uma quanto intenso, forte, poderoso e, especialmente, delicado”, adianta o diretor da diretor da Compassos Cia de Dança, Raimundo Branco.
De acordo com Branco, a montagem partiu de um trabalho de pós-graduação sobre Frida Kahlo de Sílvia Góes, que assina a dramaturgia da peça. À medida que o estudo para o espetáculo foi avançando, no entanto, surgiu uma vontade de construir uma tríade. Por sugestão do próprio corpo artístico da companhia, os nomes de Clarice Lispector e Edith Piaf foram propostos. Foram três anos de pesquisas, que renderam um belo “bordado”.
Bordando ideias
“O bordado é uma conversa, um tecer de ideias, um bate papo. E não é uma história só das artistas, mas também das mulheres que estudaram o espetáculo com a gente. É uma costura de histórias muitas”, explica o diretor.
O bordado mencionado no nome da peça tem ainda outra inspiração. “A filha do nosso iluminador (Eron Villar) disse uma vez que a cama estava bordada de sol, ou seja, o sol tinha deixado riscos no móvel. Pedi permissão para usar isso no título e convidei o Eron, que é ator, mas nunca tinha entrado em cena como performance, para dançar no espetáculo. Ele dança e também ‘borda’ a luz”, diz Branco.
Serviço: “Três Mulheres e Um Bordado de Sol” – Amanhã, às 21h, e domingo, às 20h, no Grande Teatro do Sesc Palladium (rua Rio de Janeiro, 1046, Centro). Ingressos: R$ 10 e R$ 5 (meia).