(Isabel Borges/Divulgação)
Foi nos anos 60 que despontou, em Minas Gerais, um movimento que ganharia o Brasil e muitos outros países. O Clube da Esquina tratou de espalhar uma música – de sonoridade própria e letras inconfundíveis. Passado quase meio século, esse tesouro pode estar prestes a ganhar o seu espaço, para abrigar o Museu Clube da Esquina, que deverá sair do papel em 2015, com previsão de conclusão de sua criação dois anos depois, no prédio que atualmente abriga o Servas (atrás do Palácio da Liberdade), integrado ao Circuito Cultural da Praça da Liberdade.
Para sua criação, concorre também o trabalho em conjunto com a UFMG e que nesta sexta-feira (28) celebra essa parceria com o “I Seminário de Organização do Museu Clube da Esquina e do Centro de Referência da Música de Minas”. O evento acontece nesta sexta, às 9h, na Sala 1.000 da Escola de Ciência da Informação (ECI), campus da Pampulha. Entre os chamarizes, a participação do crítico de música Zuza Homem de Mello e de Márcio Borges e Chico Amaral.
“O Museu Clube da Esquina, depois de 11 anos constituindo acervo material, como fotos, documentos, fac-símiles, vídeos, histórias de vida e centenas de depoimentos publicados no seu braço virtual (museuclubedaesquina.org.br ); é, hoje, objeto de parceria da Associação dos Amigos do Museu Clube da Esquina com a UFMG, para construção do espaço físico onde funcionará também o Centro de Referência da Música de Minas, parte integrante e essencial do projeto do Museu”, diz Márcio Borges, parte importante de toda esta história.
O compositor lembra, porém, que a cessão do Servas ainda precisa ser ratificada pelo novo Governo do Estado, “uma vez que impasses institucionais impediram a nossa Associação de aportar em prazo hábil os recursos previstos pelo documento de cessão”.
Estes recursos, complementa Márcio Borges, são advindos de emendas parlamentares e geridos pela Fundep. “O seminário tem o potencial de mobilizar as pessoas interessadas na realização do projeto, acionar os meios de comunicação e sensibilizar a opinião pública para a importância desta iniciativa para a cultura de Minas. Será um espaço vivo, de estudos especializados, de cursos técnicos, aprendizado de música e usufruto de um lugar de lazer útil e agradável”.
Ações previstas para 2015
A professora Betânia Figueiredo, organizadora do evento, avalia que, com o museu, a música feita nas Alterosas terá seu principal reduto. “O museu Clube da Esquina já existia com a ideia da Associação dos Amigos do Clube da Esquina e, agora, a UFMG faz parte do projeto com o Centro de Referência da Música de Minas”, conta.
Ela diz que, em 2015, várias ações estão previstas, como a distribuição de kits com temática do Clube da Esquina em escolas das redes públicas (municipais e estaduais). “A gente quer contribuir para despertar a vocação de jovens na área musical, e a iniciativa é uma forma de fazer um registro mais perene do som de Minas, um espaço de aprendizagem”.