Henrique de França (Talita Campos)
Começa nesta terça-feira (7) a exposição gratuita “A Terceira Margem”, na Casa Fiat de Cultura, na Praça da Liberdade, região Centro-Sul, que traz sete obras do paulista Henrique de França.
Nos trabalhos, o artista usa lápis e papel para reconstruir a realidade a partir da justaposição de imagens antigas e oníricas. A mostra fica em cartaz até 16 de abril, na Piccola Galleria.
Na abertura, será realizado um bate-papo on-line com o artista, às 19h, com inscrições gratuitas pela Sympla. No encontro, ele vai compartilhar com o público detalhes sobre seu processo criativo e como constrói as cenas de cada obra.
Obra Interrupção #5 (Divulgação)
Para criar seus trabalhos, Henrique escolhe fotografias em arquivos da família, em álbuns de amigos, na internet e arquivos de desconhecidos. A partir daí, ele inicia o processo de criação que resulta em cenários figurativos, que transitam entre paisagens comuns e ilusórias.
As figuras – bastante comuns nas pequenas e médias cidades brasileiras – ganham ares fantasiosos, tanto pela técnica empregada, quanto pelo resultado final: sobreposições insólitas, que parecem nascidas de um estado de consciência que transita entre o desperto e o mundo dos sonhos.
“Cada desenho carrega uma série de questões e leva o visitante a buscar suas próprias respostas. As imagens não precisam fazer um sentido imediato, mas instigar os visitantes a refletirem sobre diferentes narrativas, que se cruzam com a história de cada um”, analisa o artista.
Obra Interrupção #3 (Divulgação)
Ao recriar essas fotografias por meio do desenho, o artista investiga a identidade brasileira, suas histórias e costumes, cruzando a memória individual e a coletiva a partir do que é registrado pelas lentes.
Os trabalhos também têm diálogo íntimo com a linguagem cinematográfica, uma vez que cria cenas – de forma semelhante a um storyboard – e interações artificiais entre os objetos e as pessoas.
O nome da exposição é uma clara referência ao conto “ A terceira margem do rio”, de João Guimarães Rosa. Essa importante e poderosa metáfora resume a busca humana de residência fixa em solo de fluxo constante.
Obra Desaparecimento #7 (Divulgação)
Enquanto o personagem do conto busca a sua terceira margem ao abandonar toda a família e passar a vida em um canoa, sem nunca mais saltar, Henrique de França navega entre as fronteiras da normalidade e do espanto, entre o sentido e o não-sentido.
Serviço
“A Terceira Margem”,
7/2 a 16/4
Casa Fiat de Cultura (Praça da Liberdade, 10 – Funcionários)
Visitação presencial: terça-feira, das 10h às 21h; quarta a sexta-feira, das 10h às 19h; sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h
Tour virtual no site: www.casafiatdecultura.com.br
Gratuito
Informações: (31) 3289-8900