No CCBB BH

Exposição em BH reúne centenas de imagens registradas pelo fotógrafo Walter Firmo

Da Redação
almanaque@hojeemdia.com.br
Publicado em 06/07/2023 às 15:27.
Como destaque, a exposição apresenta retratos de músicos produzidos por Firmo, principalmente a partir da década de 1970 (Walter Firmo)

Como destaque, a exposição apresenta retratos de músicos produzidos por Firmo, principalmente a partir da década de 1970 (Walter Firmo)

Um dos principais nomes da fotografia brasileira terá uma retrospectiva exposta em Belo Horizonte a partir do próximo dia 12. "Walter Firmo: no verbo do silêncioa síntese do grito" ficará em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil, com centenas de fotografias do artista conhecido como "mestre da cor".

A exposição apresenta um panorama dos mais de 70 anos de carreira de Walter Firmo. Nascido no Rio de Janeiro, o artista é um dos principais nomes da fotografia brasileira. A exposição apresenta fotos produzidas desde o início da carreira de Firmo, em 1950, até 2021.

As imagens que integram a mostra retratam e exaltam a população e a cultura negras de diversas regiões do país, em ritos, festas populares e religiosas, além de cenas cotidianas. As fotografias apresentadas registram a poética do artista, associada à experimentação e à criação de imagens muitas vezes encenadas e dirigidas, com destaque para ensaios aclamados, como do maestro Pixinguinha na cadeira de balanço e a série com o artista Arthur Bispo do Rosário.

Dividida em núcleos temáticos, a mostra traz retratos memoráveis de grandes nomes da música brasileira, como Cartola, Clementina de Jesus, Dona Yvone Lara e Pixinguinha, além de imagens de brasileiros e brasileiras anônimos(as), pescadores, vendedores ambulantes, mães de santo, brincantes, casais, noivas, crianças e até a própria família do artista. A exposição lança luz ainda à importante trajetória de Firmo como fotojornalista. Um dos destaques é a seção dedicada à fotografia em preto e branco do artista, pouco conhecida e, em grande parte, inédita.

A exposição

“Walter Firmo: no verbo do silêncio a síntese do grito” está dividida em cinco núcleos temáticos: Abertura/ Negritude, subúrbio e periferia/ Retratos; Encantamentos e experimentações/ Diáspora; Cronologia /Início de carreira; Preto e branco. 

No primeiro, o público encontra cerca de 20 imagens em cores, de grande formato, produzidas ao longo de toda a sua carreira. Há fotos feitas em Salvador (BA), como o registro de uma jovem noiva na favela de Alagados (2002); em Cachoeira (BA), como o retrato da Mãe Filhinha (1904-2014), que fez parte da Irmandade da Boa Morte durante 70 anos; e em Conceição da Barra (ES), onde o fotógrafo retratou o quilombola Gaudêncio da Conceição (1928-2020), integrante da Comunidade do Angelim e do grupo Ticumbi, dança de raízes africanas; entre outras.

O segundo núcleo, Encantamentos e experimentações, apresenta a biografia do artista, abordando os seus primeiros anos de atuação na imprensa, quando registrou temas do noticiário, em imagens em preto e branco. O conjunto inclui uma fotografia do jogador Garrincha, feita em 1957; imagens de figuras proeminentes da política nacional, como Jânio Quadros e Juscelino Kubitschek; além de registros de ensaios de escolas de samba do Rio de Janeiro.

Também há fotografias feitas para a reportagem “100 dias na Amazônia de ninguém”, publicada em 1964 no Jornal do Brasil, pela qual Firmo recebeu o Prêmio Esso de Reportagem.
Nas seções seguintes, a retrospectiva evidencia como, no decorrer de sua carreira, Firmo passou a se distanciar do fotojornalismo documental e direto, tendo como base a ideia da fotografia como encantamento, encenação e teatralidade, em diálogo com a pintura e o cinema. 

Capas de disco

Como destaque, a exposição apresenta retratos de músicos produzidos por Firmo, principalmente a partir da década de 1970. Nas imagens, que ilustram inúmeras capas de discos, estão nomes como Dona Ivone Lara, Cartola, Clementina de Jesus, Paulinho da Viola, Gilberto Gil, Martinho da Vila, Maria Bethânia, Caetano Veloso, Milton Nascimento, Djavan e Chico Buarque. 

Na mostra, o público poderá assistir, ainda, ao curta-metragem “Pequena África” (2002), do cineasta Zózimo Bulbul, no qual Firmo trabalhou como diretor de fotografia e que trata da história da região que recebeu milhões de africanos escravizados. Também há um núcleo dedicado à fotografia em preto e branco, ainda pouco conhecida e em grande parte inédita, cujo destaque é a série de imagens feitas na praia de Piatã, em Salvador, entre o final dos anos 1990 e o início dos anos 2000.

Serviço:

Walter Firmo: No verbo do silêncio a síntese do grito
Data: de 12 de julho a 18 de setembro
Local: Galerias do Térreo - Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte (Praça da Liberdade, 450 – Funcionários).
Horários de visitação: de quarta a segunda, das 10h às 22h.
Ingressos: gratuitos, retirados pelo site bb.com.br/cultura ou na bilheteria física do CCBB.
Classificação Indicativa: Livre

© Copyright 2024Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por
Distribuido por