(Reprodução / Redes Sociais)
Menos de um mês após fazer acordo com o grupo que usa seu nome em uma música e gravar um vídeo falando sobre sua luta contra o vício, o ator Fábio Assunção voltou a aparecer nas redes sociais, nesta quarta-feira (13), em um vídeo em que está claramente alcoolizado. Nas imagens que circulam na internet, o ator conversa com funcionários de um supermercado, após ser repreendido por acender um cigarro dentro do estabelecimento.
Após ser informado que o gerente do estabelecimento não teria comparecido por conta do horário, Assunção chega a se desculpar com a pessoa que está o filmando. Em seguida, ele começa a sair do local, mas acaba voltando até o caixa, ainda com o cigarro aceso na mão, onde fala algumas coisas desconexas com a funcionária. Por fim, o vídeo é encerrado ainda com os trabalhadores tentando convercer o ator a deixar o supermercado.
Postagem
No último dia 22 de janeiro, ele publicou na conta no Instagram um vídeo em que anunciava o acordo firmado com os compositores da música "Fábio Assunção", do grupo La Furia. Foi negociado que a arrecadação com a canção será doada para uma instituição em apoio a dependentes químicos.
A música tem o seguinte trecho: "Hoje eu vou beber / Hoje eu vou ficar loucão / Hoje eu não quero voltar pra minha casa não / Hoje eu vou virar o Fabio Assunção". "Antes de qualquer coisa, eu preciso falar com as pessoas que passam pelo mesmo problema que eu. Eu não endosso, de maneira nenhuma, essa glamourização ou zoeira com a nossa dor. Minha preocupação é com quem sente na pele a dor de ser quem é. Com as suas famílias", fala o ator no vídeo.
Assista:
Fábio ressalta ainda que não pensou em "censurar a criatividade das pessoas", e explica por que entrou em contato com o grupo: "Entre não censurar e deixar de conscientizar, existe um abismo que não me conforta". "É muita gente sofrendo por não conseguir controlar suas compulsões e eu acho importante lembrar a todos que isso não tá escrito na certidão de nascimento. Todo mundo começa do mesmo jeito, achando que tudo bem. E pode não terminar tudo bem", completa ele no comunicado.
Em conjunto com sua equipe de comunicação e seu corpo jurídico, Assunção decidiu contatar os músicos da banda La Furia para "tornar essa história [em] um ato propositivo de ajuda a quem precisa e de conscientização de quem pode ainda acreditar ser um super-herói". Segundo ele, 100% dos valores arrecadados com a música serão doados para duas instituições, sem divulgar quais.
"Lembrem que o Fabão aqui respeita a zoeira, ama a brincadeira, mas quer vocês bem e vivos! Fortes, felizes e conscientes de seus atos e de suas vidas", frisou na época.
Doença
Dados do Ministério da Saúde indicam que a dependência do álcool, que é a droga mais popular no mundo, atinge cerca de 12% dos brasileiros adultos. Além disso, o consumo de álcool é responsável por 90% das mortes associadas ao uso de outras drogas, sendo considerada a droga que mais mata, superando em muito as drogas ilícitas.
"Apesar de ser uma doença sem cura, o alcoolismo pode ser totalmente controlado. O Brasil tem milhares de instituições de ajuda ao usuário de álcool com problemas. Elas atuam com prevenção, tratamento e ações de redução de danos. O modelo de prevenção mais comum é a educação afetiva. Nessa abordagem, valorizar a autoestima do paciente, ensiná-lo a controlar sua ansiedade e ajudá-lo a recuperar a capacidade de decidir e se relacionar é mais útil do que enfatizar as consequências negativas do abuso de álcool. Nesse sentido, as palestras são ferramentas educativas importantes, pois trazem informações e funcionam como um espaço reservado à reflexão", completa o órgão.
Mesmo quando o abuso do álcool se torna um problema familiar, social e de trabalho, o tratamento indicado pelo Ministério da Saúde continua sendo o voluntário. "Segundo os Alcoólicos Anônimos (AA), a decisão de optar por se tratar pode demorar, mas só pode ser tomada pelo próprio alcoólatra. A psicoterapia, individual, familiar ou em grupo, é a forma de tratamento mais comum. No método dos 12 passos, por exemplo, usado pelos AAs, os veteranos que já pararam de beber dão conselhos a quem quer interromper o vício. Em reuniões abertas ou fechadas, cada um relata como foi parar ali e descobre como sua história é parecida com a de todos os outros. O sucesso do tratamento é atribuído a essa franca troca de experiências", afirma.
Se você conhece alguém ou sofre com o problema, uma das alternativas é procurar o grupo do AA mais próximo. Somente em Belo Horizonte existem 107 unidades do AA. Para isso, basta acessar o site nacional e localizar os grupos de sua cidade.