(Ilustração de Anuska Allepuz/ Reprodução)
Recorrer a fábulas para falar de temas como lealdade e ganância é comum. Mas fazer isso enquanto divulga uma cultura completamente diferente da nossa, com um texto delicioso, é uma habilidade de poucos, talvez pouquíssimos, autores infantis.
Sorte nossa que um deles vive no Brasil. É Ilan Brenman, que assina o ótimo “O faraó e o homem dos figos”, recém-lançado pela editora SM.
Adaptação de um conto popular egípcio, o livro nos apresenta o drama de um humilde comerciante que um dia vê a figueira que tem no quintal de casa carregada de frutos suculentos.
Apesar da fome, ele resiste ao impulso de devorá-los e decide consultar um conselheiro para saber como agir. Para a própria surpresa, é orientado a oferecer os figos ao faraó, sem ter a mínima ideia das reações que vai despertar em “vossa majestade” e nos conselheiros que rodeiam o todo-poderoso.
Não bastassem a leitura fácil e atraente e as belas ilustrações de Anuska Allepuz, o livro também tem o mérito de inserir no mundo das crianças termos como hieróglifos e escribas, tudo bem explicadinho. Também faz referência a Amon-Rá, o deus-sol.
A indicação etária é para crianças a partir de 11 anos, o que não impede que pais explorem a história e os ensinamentos, claro, junto aos mais jovens.