SEXUALIDADE

Festival busca valorização da diversidade, do empoderamento e do reconhecimento

Da Redação
Publicado em 18/04/2022 às 09:25.
Um dos destaques é a fotoperformance de Rose Mara Kielela (DIvulgação)

Um dos destaques é a fotoperformance de Rose Mara Kielela (DIvulgação)

O Instituto Se Toque realiza, a partir desta segunda (18), o segundo “Festival de Arte e Sexualidade”, evento que busca investigar, por meio da arte, questões de gênero e sexualidade. Com o tema “Corpo: território decolonial”, terá como eixo central a experimentação e a compreensão do corpo e da sexualidade sob a ótica dos saberes e estudos decoloniais.

“O Festival surge da necessidade de criação de espaços de diálogo e reflexão para uma crítica social em relação à maneira que se apresenta a sexualidade cotidianamente. E acreditamos no encontro entre as várias linguagens artísticas e linhas de investigação, como forma de fomentar esse diálogo, por meio da experimentação prática. Os estudos decolonais, recorte desta edição, nos levam a atravessamentos das experiências, a diversas formas de críticas e camadas de pensamentos, libertam o conhecimento e expandem as nossas concepções de mundo”, explica a idealizadora Catarina Maruaia.

A segunda edição do “Festival de Arte e Sexualidade” é realizada com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte, e oferecerá quatro atividades no formato virtual: exposição de fotografias e ilustrações digitais, oficinas, seminário prático para educadores e grupo de estudos poético-literário; e um sarau de poesia que será presencial, com conteúdo gravado e disponibilizado para acesso on-line. Ao final do Festival, será lançada uma publicação digital que reunirá todas as atividades realizadas nesta segunda edição, e que ficará disponível para acesso do público no site do “Se Toque” (www.setoque.art).

Também idealizadora, Lina Mintz explica que a programação busca promover uma experiência múltipla capaz de construir narrativas de uma sexualidade diversa e com equidade. “Sabemos do impacto que a nossa sociedade gera nas vidas dessas pessoas, sobretudo no que diz respeito à sexualidade. Uma vez que o modo de operar da nossa sociedade divide, classifica e hierarquiza as relações por gênero, classe e raça nos colocando num lugar subalterno. Por isso o Festival de Arte e Sexualidade abre espaço para as participações de artistas mulheres e a comunidade LGBTQIA+”, conta. 

O público poderá participar das oficinas on-line: “Rebolar é Medicinal”, com Monique Xavier (18 a 20 de abril, das 19h às 21h), “Sankofa do Ventre”, com Caroline Amanda (25 e 26 de abril, das 19h às 21h, e “O Riso Que Habita o Ventre da Terra”, com a palhaça baiana Felícia de Castro (02 a 04 de maio, das 10h às 12h). Nos dias 28 e 29 de abril e 05 e 06 de maio, das 14h30 às 15h30, acontece o grupo de estudos poético-literário "Prazer da Palavra", com Catarina Maruaia, Mel Bevacqua e Ana Ester.

A programação segue nos dias 9, 10, 11 e 12 de maio, das 19h às 21h, com o seminário prático "Arte e decolonialidade: caminhos para uma educação afetiva sexual abrangente", ministrado por Catarina Maruaia, Eli Nunes, Michelle Sá e a indígena Geni Núñez, que trata da educação afetiva sexual decolonial e da arte como ferramenta comunicante. As atividades são gratuitas e os interessados em participar devem se inscrever até o dia 10 de abril no site www.setoque.art. Os encontros acontecerão via aplicativo de conferência do Se Toque (a ser informado no ato da inscrição).

“Convidamos mulheres que trazem suas experiências, que são referências no encontro da arte com sexualidade e que investigam a decolonialiade. A indígena Geni Núñez traz um trabalho lindo de pesquisa de gênero, sexualidade e não monogamia, e a pesquisadora Caroline Amanda traz uma visão afrocentrada da sexualidade feminina, com um trabalho muito potente, que cruza a experimentação do corpo e a saúde. Trazemos também a Felícia de Castro, uma palhaça de Salvador, que esteve na edição do Festival do ano passado, e a Monique Xavier, de Pernambuco, que possui um importante trabalho sobre a pelve. A Mel Bevacqua, a Ana Ester, a Eli Nunes e a Michelle Sá, todas trabalham com a arte em suas pesquisas no campo da identidade de gênero e sexualidade”, comenta Catarina Maruaia.

 O lançamento da publicação virtual, que reunirá todas as atividades realizadas nesta segunda edição do Festival (fotografias e ilustrações expostas, poesias apresentadas no sarau e memorial da realização do projeto), acontecerá no dia 05 de maio, às 19h, com transmissão ao vivo no canal no Youtube. A publicação será enviada por e-mail para os participantes e ficará disponível também para download gratuito no site www.setoque.art.

  Um sarau de poesia falada e performada encerrará a 2ª edição do “Festival de Arte e Sexualidade”, no dia 15 de maio, às 17h. Sete artistas selecionadas participam do encontro, que contará também com bate papo ao final das apresentações. O sarau será presencial e aberto ao público, no Odara Café e Ofícios: Rua Arthur de Sá, 380, União, BH/MG. O conteúdo será gravado e disponibilizado no YouTube, nas redes sociais e no site do Se Toque.

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