Festival se despede com show de Egberto Gismonti

Vanessa Perroni - Hoje em Dia
24/09/2015 às 07:49.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:50
 (Hoje em Dia)

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“Um grande experimentador da música brasileira”. Assim se autodefine o multi-instrumentista carioca Egberto Gismonti. Com essa afirmativa, o veterano da música instrumental se dá ao luxo de deixar alguns repertórios de shows em aberto, como o dessa noite, quando sobe ao palco Cine Theatro Brasil Vallourec ao lado do flautista mineiro Alexandre Andrés.

A apresentação, que encerra a segunda edição do “Festival Meio de Campo”, marca o encontro de duas gerações, o que para Gismonti é um momento de troca muito importante. “Com quase 70 discos gravados, já passei por várias fases da música. O Alexandre está vivendo a primeira. Então, espero que esse encontro possa ser um estímulo para ele continuar na música”, comenta o músico, que recebeu inúmeros trabalhos para escolher quem subiria ao palco com ele essa noite. “Todos vieram sem nome. Não sabia de quem se tratava. E fiquei impressionado com o som desse garoto. É de primeira qualidade”, avalia.

Sobre o show de logo mais, a única certeza sobre o set list é que serão executadas três músicas de Gismonti e duas de Alexandre Andrés, o restante do repertório é surpresa e foi definido no ensaio ocorrido na quarta-feira (23). “Não gosto de me repetir, e sempre me coloco desafios de fazer algo original. Nesse show não será diferente”, garante.

Destino

Além de seus discos, Gismonti também compôs trilhas para filmes e balés, cerca de 60 peças no total, mas ele afirma que sua pretensão era bem menor, talvez ter gravado dois ou três álbuns. “Mas o destino está me dando mais do que eu pensei na vida. Me deram tanta liberdade que sou um devedor dessas pessoas”, analisa, se referindo aos parceiros musicais e ao público.

Por este motivo, antes de começar cada show, ele agradece a presença de todos. “Comigo não tem diplomacia. Eu agradeço por me deixarem ser o músico que sou. Estou sempre com muito trabalho e aparecem convites como esse. Não posso recusar, pois, como falei, sou um eterno devedor”.

Com dois projetos em andamento, um balé a ser executado pela Filarmônica de Tóquio e outro para a Sinfônica de Amsterdã, vir a Minas é um respiro em meio a correria. “Belo Horizonte tem muitas semelhanças com a minha cidade (Carmo/RJ), e sempre me sinto em casa”, afirma Gismonti, que aproveita para rever amigos como Toninho Horta, Nivaldo Ornelas, Juarez Moreira, entre outros.

Ele confessa que é um grande apreciador não só da música feita em Minas, mas também dos doces. “Se vou a Belo Horizonte, toco algumas músicas, vejo os amigos, compro uma mangada no Mercado Central e está tudo resolvido”.

Egberto Gismonti e Alexandre Andrés – Hoje, às 21 h, no Cine Theatro Brasil Vallourec (Praça 7). Ingressos: R$ 30 e R$ 15 (meia)

“Sou um curioso e permito ser influenciado pelas mais diversas formas de arte. Minha música carrega muito do que vejo e vivencio na vida”. (Egberto Gismonti)
 

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