(Roberta santanna)
Depois de duas edições bem-sucedidas em 2011 e 2012, o festival Transborda está de volta, com uma programação que tem início nesta terça-feira (28) e se estende até domingo (2). Dessa vez, o evento voltado para a música independente aposta em oficinas, bate-papos e dois dias de shows na Spasso Escola de Circo.
De acordo com Roberta Henriques, coordenadora de produção do festival, a programação é resultado de um diálogo intenso entre os integrantes do Coletivo Pegada, responsável pelo evento. “Passamos dois anos nos perguntando sobre como é o mercado da música independente e o que poderíamos fazer para transformar e profissionalizar”, afirma a produtora.
Duas frentes foram tomadas para o Transborda 2014: abrir uma reflexão sobre o mercado e abrir espaço para uma fruição uma parte da boa música que está sendo feita em meio a uma imensa produção independente.
O critério escolhido para os oito artistas que se apresentam sábado e domingo no festival foram a qualidade e a novidade. “Mahmundi e Boogarins nunca tocaram em Belo Horizonte. O Red Boots tocou uma vez, mas ainda não tinha muito público”, afirma Roberta. Já bem conhecidos pelos mineiros, Maglore e Apanhador Só aparecem como bons chamarizes para o público.
Produção
O Transborda conta novamente com recursos da Lei Estadual de Incentivo à Cultura e o mesmo valor de R$ 100 mil que já havia sido investido na segunda edição. A diferença é que, em 2012, o evento pôde contar com o apoio do Fora do Eixo (ou seja, com mão de obra de vários lugares do país). “Dessa vez, temos menos braços na produção”, reconhece Roberta.
Mesmo sem a realização de um show em praça pública, o Transborda não deixa de ter a característica de apresentar ao público belo-horizontino o que está “bombando” em outras praças.
O exemplo mais clássico do protagonismo do festival é Criolo, que se apresentou na capital mineira pela primeira vez dentro do Transborda (em agosto de 2012). Dois meses depois, o rapper era homenageado por ninguém menos que Chico Buarque, no Palácio das Artes, e via seu público ser ampliado de forma excepcional.
Dessa vez, o destaque é o Boogarins, banda goiana que vem recebendo muitos elogios da mídia brasileira e que teve seu primeiro disco, “As Plantas Que Curam’’, lançado nos Estados Unidos. Confira a programação BATE-PAPOS
Nesta terça: Procurando a banca pra vender o peixe: música e mercado
Quarta: Quem não se comunica não se amplifica: música e mídia
Quinta: Erguendo instrumentos e bandeiras: música e política
Sexta: Todo mundo quer tocar: música e programação
SHOWS
Sábado, às 19h: Red Boots (RN), Câmera (MG), Boogarins (GO), Maglore (BA)
Domingo, às 18h: Zaika (MG), Hotel Catete (MG), Mahmundi (RJ), Apanhador Só (RS)
Os bate-papos acontecem na Casa Una (rua Aimorés, 1451), sempre às 20h e com entrada franca.
Os shows acontecem na Spasso Escola de Circo (avenida Francisco Sá, 16). R$ 20 e R$ 10 (meia)