CINEMA

Filme acompanha a história de Celly Campello, primeiro nome feminino de sucesso no rock nacional

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
Publicado em 20/06/2022 às 06:21.
 Celly enfrenta a resistência dos pais e da sociedade para poder cantar

Celly enfrenta a resistência dos pais e da sociedade para poder cantar

Celly Campello foi o primeiro nome feminino de sucesso na história do rock brasileiro. São dela “estouros” como “Estúpido Cupido” e “Banho de Lua”, no final dos anos 50. Uma história que é contada no filme “Uma Broto Legal”, já nos cinemas.

“O rock precisava de uma cara jovem e Celly cumpriu esse papel”, registra o diretor Luís Alberto Pereira, que já havia homenageado outro morador famoso de Taubaté (SP), cidade natal da cantora: o comediante Mazzaropi, em “Tapete Vermelho”.

A narrativa começa quando o irmão Tony – interpretado por Murilo Armacollo – busca um lugar ao sol no mundo artístico e se transfere para a capital paulista, abrindo caminho para Celly, vivida pela estreante Marianna Alexandre.

O cineasta explica que há uma inversão de papéis entre a primeira e segunda metades de “Um Broto Legal”, com Celly ganhando gradativamente o protagonismo após o irmão ter dado um importante empurrão na carreira dela.

“Ele gostava muito da voz dela e insistiu para levá-la para São Paulo. Na segunda parte, como Tony preferiu ver a irmã brilhando nos palcos, ele fica mais como uma segunda voz. Mas ele prosseguiu cantando, enquanto ela teve que parar”, compara.

Um dos conflitos do longa foca no papel representado pela mulher na sociedade da época, com Celly tendo que enfrentar a resistência dos pais para poder cantar. O que leva a personagem a uma difícil decisão, entre ser artista e dona de casa.

“Naquele tempo, a mulher era fabricada para casar e ter filhos, o que se modificou com a entrada do rock’n’roll, nos anos 50. Mas, no caso de Celly, ela tinha a opção, não aguentando mais a vida de artista e ficar correndo para lá e para cá”, pontua.

Apesar de a discussão estar presente no filme, Pereira afirma que preferiu não “panfletar”, só registrando os limites da mulher na sociedade e não entrando no mérito da decisão de Celly em colocar um ponto final na carreira de forma precoce.

O cineasta lembra  uma visita feita a Celly – episódio que não está no filme – quando ela já estava “aposentada” em Tremembé, no interior paulista. “Um produtor famoso  a chamou para fazer par com Roberto Carlos e ela não quis!”.

O longa carrega um tom mais divertido. “Na verdade, a época era um pouco cômica também. Comparando com hoje, as situações se tornam risíveis. Em certas horas eu também busquei isso, para deixar o filme menos problemático”, define.

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