Filme dirigido por Jorge furtado mostra faceta dramática de Vladimir Brichta

Paulo Henrique Silva - Hoje em Dia
08/08/2015 às 08:06.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:16
 (PRIMEIRO PLANO/DIVULGAÇÃO)

(PRIMEIRO PLANO/DIVULGAÇÃO)

O olhar de João é mecânico, mediado pelos cliques de sua máquina de fotografar. Nos primeiros movimentos do filme “Real Beleza”, em cartaz nos cinemas e protagonizado por Vladimir Brichta, ele não se separa de sua ferramenta de trabalho, até descobrir uma nova maneira de ver a vida, por intermédio de Anita.   “O João é um arrogante, que se desiludiu e perdeu o foco. Para ele, tudo é enfadonho e exaustivo. Sem se dar conta, ele resgata o afeto, ao ver que sua conexão com Anita percorre outros caminhos que não com a câmera”, destaca o ator nascido em Diamantina (mas baiano de coração desde os quatro anos), em entrevista ao Hoje em Dia.   E quem tira o seu chão nada mais é do que Adriana Esteves, sua esposa na vida real. Os dois já tinham trabalhado juntos na dublagem da animação “Minions”, mas agora dividem a mesma cena, pela primeira vez, em carne e osso. E numa cena que dará o que falar, em que Adriana faz um nu frontal, seguido de affair embaixo d’água.   Sem explicações   Antes de dar o “sim” para Jorge Furtado, diretor gaúcho de “O Homem que Copiava” que estreia no gênero drama, o casal combinou que, mesmo estando sob o mesmo teto, ninguém iria dar pitaco na composição do outro. “Definimos que iríamos preservar as escolhas individuais, evitando explicar a abordagem dos personagens”, registra.   Para interpretar um fotógrafo profissional, Vladimir não só pegou algumas dicas com o seu amigo André Vanderlei, como também se inspirou nele, como o uso de óculos. “Tinha um certo conhecimento (de fotografia), mas as técnicas e os trejeitos eu busquei nesse meu amigo de longa data, que ainda me atualizou com as novidades da área”, avisa.    Uma relação amorosa com um fotógrafo, como em ‘As Pontes de Madison’    A história de “Real Beleza” guarda muitas semelhanças com “As Pontes de Madison” (1995), de Clint Eastwood, especialmente na construção de uma relação amorosa entre fotógrafo (o próprio Eastwood) e uma mulher casada entediada (Meryl Streep).   “Reconheci isso na primeira vez que li o roteiro e fui revê-lo, pois para o ator sempre é bom ver algo que já tenha abordado o mesmo tema, resgatando o que há em comum”, salienta Vladimir Brichta.   Ele concorda que o americano carrega mais no romantismo, salientando situações de encantamento entre os pombinhos. “Nosso filme fala desse encontro, mas sem efeitos, menos sublimado”, compara.    O OUTRO VÉRTICE DO TRIÂNGULO – Personagem de Francisco Cuoco é um homem culto próximo de perder a visão (Foto: Primeiro Plano / Divulgação)   Trajetória do herói    O que não quer dizer que o ator desaprove o tipo de narrativa adotada por Eastwood. “É americano, o que não quer dizer que é melhor ou pior. Sempre choro quando vejo”, admite Vladimir.   O ator também concorda que João guarda semelhanças com Beto, seu personagem em “A Coleção Invisível”, lançado no ano passado. Segundo ele, ambos perfazem a trajetória do herói, que encontra um obstáculo e tem sua vida transformada por ele.    Além disso, é coadjuvado por um ator experiente, intérprete de um homem cego e culto. Depois de Walmor Chagas em “A Coleção Invisível”, seu companheiro de set no filme gaúcho foi Francisco Cuoco, que vive o marido traído.   Brichta está no elenco de “Um Homem Só”, atração do Festival de Gramado na sexta-feira

© Copyright 2024Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por
Distribuido por