Filme "Flores raras" conta história tumultuada de amor e paixão

Paulo Henrique Silva - Hoje em Dia
07/04/2013 às 13:27.
Atualizado em 21/11/2021 às 02:37

Quando Bruno Barreto afirma que o trabalho de Gloria Pires em “Flores Raras” serviu como um estimulante diário durante o processo de filmagem, não se trata simplesmente de loas de um cineasta encantado com uma atriz ligada ao projeto há 17 anos – antes mesmo dele aceitar a direção.

Quem acompanhou a entrevista de lançamento do filme em Florianópolis, no mês passado, percebeu nitidamente que a personagem da urbanista Lota de Macedo Soares (1910-1967) não poderia ser interpretada por outra atriz. Gloria virou uma autoridade no que se refere a Lota bem como sobre a namorada dela, a americana Elisabeth Bishop (1911-1979), uma das mais importantes poetisas de língua inglesa do século 20.

Durante a coletiva à imprensa nacional, não foram poucas as vezes em que ela corrigiu ou acrescentou informações às falas de Barreto e de sua mãe, Lucy Barreto, que lutou por duas décadas para transpor à tela grande a tumultuada história de amor em terras brasileiras – retratada no livro “Flores Raras e Banalíssimas”, de Carmen Lúcia Oliveira.

Desafio

“Não é possível se deparar com essa história e não se envolver com ela”, justifica Gloria, que pode ser vista na TV no remake de “Guerra dos Sexos”. O papel significou um desafio diferente para ela, como a dominadora paisagista que apresenta à Bishop um recanto então inexplorado de sua sexualidade. “Sempre busco novas oportunidades. Conforme o tempo vai passando, solidifica-se uma tendência e as pessoas lhe chamam para as mesmas coisas. Aí você fica numa área de conforto. Mas tenho tido sorte. Grandes personagens têm parado em minhas mãos. E Lota é um dos mais ousados”, registra.

Gloria observa que as cenas de intimidade com Miranda Otto, intérprete da poetisa, não são diferentes das outras sequências do filme, mas confessa que elas “demandam uma disponibilidade maior”. Dividir a cama com outra mulher não a assustou porque era algo que estava na essência do projeto. “O roteiro já tinha essas cenas, que foram filmadas como estavam descritas”.

Receio

A Roberta da novela de Sílvio de Abreu salienta que o fato de as duas atrizes terem ficado tão empolgadas com as personagens também pesou favoravelmente para a superação de qualquer receio. “A cena mais difícil foi a do primeiro beijo delas, numa pirambeira da serra fluminense. O acesso era complicado e o lugar era perigoso, além de ser uma época de inverno”, relata.

“Teve que ser algo muito planejado e rápido para não perder o momento do sol se pondo. Além de tudo, morria de medo de cair”, recorda, entre risos. Ela estava mais preocupada com um possível atraso no cronograma. “Eu tinha um dead line, por causa da gravação da novela. E como adiamos um pouco, (o fim das filmagens) ficou muito perto da hora que eu tinha que sair do filme”.

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