Filme mostra mulheres como chefes de máfia; 'Rainhas do Crime' entra em cartaz nesta quinta

Paulo Henrique Silva
08/08/2019 às 08:56.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:54
 (Wagner / /Divulgação)

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Anos 70. Nova York. Gângsteres. Três palavras que praticamente definiram um sub-gênero no cinema, com filmes como “O Poderoso Chefão”, “Cassino”, “O Gângster”, “Donnie Brasco” e “Os Bons Companheiros”. Em todos eles, prevalece um universo machista e extremamente violento, que agora “Rainhas do Crime” busca subverter, com as mulheres no centro da ação.

Baseado num graphic novel lançado pela Vertigo, o longa-metragem, com estreia hoje nos cinemas, acompanha três donas de casa que, após os maridos serem presos, resolvem tomar conta dos negócios – um mote muito semelhante a “Viúvas”, lançado no ano passado. O mérito da história está em não tornar essa inusitada substituição num mérito em si, como se a presença de mulheres significasse uma ideia de gerenciamento diferente.

Respeito

Elas continuam cobrando proteção no bairro irlandês de Hell’s Kitchen, em Nova York, sem pensar duas vezes antes de usar uma arma, se preciso. A violência não muda de tom. O trio conquista o respeito dos demais por se mostrar tão forte quanto qualquer homem. A elas interessa a conquista do poder, um fato já suficiente para apontar para um filme de cunho feminista.

A partir deste norte, “ Rainhas do Crime”, dirigido por Andrea Berloff (um raro caso de mulher dirigindo filme de ação), trabalha mais a inversão de expectativas do público, como se, a cada cena, esperássemos por um ingrediente de identificação feminina a mudar tudo. Até chegar a um final em que, apesar de serem um pouco cruel, elas provam o próprio valor, eliminando as barreiras sexistas e passando a representar aquela comunidade.

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