SÃO PAULO - Filmes americanos contribuem para a violência no mundo. Quem afirma é o diretor Oliver Stone. A declaração foi feita durante um debate na manhã desta segunda-feira (17), no Festival de Cinema de Xangai.
Stone participou de um debate com Johnie To, cineasta de Hong Kong. O tema: como filmes influenciam a vida real?
Para o americano, desde o fim dos anos 1990, Hollywood tem estimulado os filmes que glorificam a guerra. Durante sua fala, Stone foi interrompido diversas vezes por aplausos do público.
Entre os exemplos de filmes que estimulam a violência, Stone citou "O Resgaste do Soldado Ryan" (1998), de Steven Spielberg, e "Falcão Negro em Perigo" (2001), de Ridley Scott.
"Esse tipo de filme, assim como 'Gladiador', criam essa mentalidade: dizem ao espetador que é bom ir a outro país para matar ou morrer", disse Stone.
"Há milhares de pessoas como eu que não creem no império americano, que acham necessário deter seu avanço, porque isso leva a um mundo de loucura, desequilibrado, supostamente apoiado no domínio do ar, da terra, do mar, do espaço e do ciberespaço", acrescentou o diretor.
Para Stone, a abordagem da violência no cinema só deve ser feita se há um bom motivo e com responsabilidade. Segundo o diretor, a maioria dos filmes acaba exagerando nas cenas mais violentas.
Ele justificou a violência bélica de seu filme "Platoon", dizendo que a obra é apenas uma fábula sobre a guerra, e que as cenas não são realistas.