(Bianca Viegas)
Há uma década, Lia Sophia já é conhecida na região Norte como um dos principais nomes da quente cena musical de Belém. Felizmente, há alguns meses o restante do Brasil passou a descobrir o talento da cantora, especialmente depois que sua música “Ai Menina” fez parte da trilha sonora da novela global “Amor, Eterno Amor”.
Seu quarto álbum, “Lia Sophia” (Som Livre), cumpre bem o papel de apresentá-la para o mundo. O repertório trafega por sonoridades que a cantora conhece bem, como carimbó, zouk, brega, merengue e guitarrada.
“Esse disco coroa a minha maturidade, mostra que alcancei um maior grau de conhecimento sobre o meu mundo particular”, afirma Lia Sophia.
Segundo ela, o disco traz influências vivenciadas no período de sua infância na Guiana Francesa (onde nasceu) e em Macapá (onde viveu dos dois aos 17 anos), além da MPB que aprendeu a admirar quando se mudou para Belém, para estudar Psicologia.
“Meus pais eram muito festeiros, ouviam muita música dançante. Não gostavam de música calma. Mas não é porque há muito festejo, que não seja uma música com conteúdo. Era uma música que trazia toda carga cultural de uma região”, diz a artista, que virá a Belo Horizonte no segundo semestre graças a uma turnê patrocinada pela Natura Musical.
Robatto
Para que os sons do Norte ficassem claros em todo o álbum, ela convidou para a produção Luiz Feliz Robatto (o mesmo de “Treme”, de Gaby Amarantos), além das participações de Chimbinha e Felipe Cordeiro nas guitarras.
“Nosso desafio é manter o interesse pela música do Pará, mostrar ao Brasil que o que fazemos não é folclore, é música popular brasileira. Não sou uma cantora regional, não faço uma música exótica e distante”, diz Lia Sophia, lembrando que vários artistas renomados – como Caetano Veloso, Arnaldo Antunes e Claudia Leitte – estão fazendo músicas influenciadas pela música paraense.