Floripa cresceu, ganhou problemas de cidade grande, mas continua agradável

Paulo Leonardo - Hoje em Dia
28/08/2013 às 07:05.
Atualizado em 20/11/2021 às 21:23
 (Adrenalina)

(Adrenalina)

O diálogo a seguir aconteceu já há algum tempo, mas continua valendo. “Um dia largo tudo isso aqui e vou morar em Floripa”, queixou-se um conhecido. “Por quê?”, pergunto. “Você já foi lá? É uma beleza. Muito verde para todo lado, mais de 40 praias, um visual incrível e inspirador. E um ritmo de vida bem mais agradável”.

Qualidade de vida e belo visual. São as duas principais razões para muita gente ter largado seus empregos e lares em São Paulo e Rio (e também em Belo Horizonte, embora em menor proporção) e se mudar de mala e cuia para a capital de Santa Catarina, conhecida por ter muito dos dois fatores.

São motivos para lá de nobre para se cogitar mudar sua vida assim tão radicalmente. Mas indaguei-lhe se ele sabia que Floripa, apesar de ser realmente linda e agradável, já mostrava os sinais do “progresso”, principalmente em relação ao trânsito, que anda bem intenso atualmente. Ele concordou, mas disse que isso não era nada se comparado ao tráfego pesado de outras capitais brasileiras, e que, de modo geral, o pessoal de Florianópolis tinha um estilo de vida bem tranquilo.

Não tinha argumentos. Isso é bem verdade. Para o turista, Florianópolis reserva belezas naturais, gastronomia bem interessante, vida noturna na medida e, principalmente, uma quantidade bem razoável de esportes ao ar livre, no mar, no ar, nas lagoas ou em terra firme.

O número de habitantes – cerca de 406 mil moradores, segundo o último censo oficial – engana os desavisados: Floripa não é uma cidade pequena. Para ter uma ideia, você pode levar até uma hora para ir do Aeroporto Hercílio Luz, que fica próximo à parte central da ilha, mas na metade sul, até a Praia de Canasvieiras, na ponta norte.

Florianópolis ocupa toda a extensão da ilha de Santa Catarina e uma parte do continente também. As distâncias são grandes, o que desmotiva o deslocamento em táxi. Melhor se servir dos ônibus, que atendem bem a ilha toda, ou alugar um carro, talvez a melhor opção.

Vale a pena conhecer os pontos históricos, como as comunidades açorianas

De maneira geral, Floripa se parece com uma cidade de praia de tamanho médio: não tem a concentração urbana do Rio ou de Salvador, mas tem aquele clima de tranquilidade, quando tudo parece mais calmo, mais simples – mesmo nos horários de pico no trânsito – e também mais bonito.

Além das praias e dos fortes (atrativos igualmente importantes na cidade), Floripa tem outros lugares que merecem ser visitados.

O Centro Histórico é composto pelos prédios da antiga Alfândega, Mercado Público e casario colonial. Abriga pontos de artesanato, peixarias e pequenas lojas que vendem de tudo. Nos bares e restaurantes dos arredores é possível saborear iguarias da culinária típica açoriana, ou então curtir um chope gelado no vão central.

Floripa tem vários museus. O mais conhecido é o Palácio Cruz e Souza, que foi sede do Governo até 1985. O Museu Victor Meirelles, perto da Praça XV de Novembro, fica na casa onde nasceu e morreu o autor do quadro “A Primeira Missa no Brasil”. Tem também a Catedral de N. Sra. do Desterro, erguida no mesmo local onde existia uma capela, construída em 1678 pelo fundador da cidade, o bandeirante Francisco Dias Velho.

Nome polêmico

O nome Florianópolis é uma homenagem ao ex-presidente da República Floriano Peixoto. Mas nem todo mundo por lá aprecia essa origem. Já houve até polêmica, devido à fama de ditador que o alagoano, segundo presidente da República, possuía. Daí o apelido de Floripa, pelo qual os habitantes gostam mais de chamar a capital catarinense.

O Morro da Cruz é um privilegiado ponto de observação panorâmica da cidade. E não deixe de visitar também Santo Antônio de Lisboa, comunidade de descendentes de açorianos, e o Ribeirão da Ilha, primeira povoação açoriana em Floripa.

Aliás, essa história de “manezinho da ilha” – que é como o morador de Florianópolis é chamado pelos outros catarinenses – contém um certo preconceito. Quando os açorianos chegaram, outras regiões do Estado já estavam colonizadas, a maior parte por portugueses, italianos e alemães. Moradores de cidades como Joinville e Blumenau faziam troça dos moradores da ilha de Santa Catarina, chamando-os de provincianos e atrasados.

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