(Divulgação)
Quem for ao Sesc Palladium esta noite, certamente verá um público bastante heterogêneo em termos de visual e de faixa etária. Uma diversidade que tem tudo a ver com o trabalho que Gal Costa vem fazendo nos últimos anos – tão contemporâneo que os mais jovens estão cada vez mais interessados na cantora que tanto chamou atenção nos anos 1960/70, época em que quebrou paradigmas ao integrar o movimento tropicalista e ao ousar nos arranjos instrumentais e vocais de suas músicas.
Dessa vez, a cantora traz a Belo Horizonte o show referente ao álbum “Estratosférica”, lançado no primeiro semestre deste ano. Neste trabalho, dirigido por Moreno Veloso e Kassin, ela dá sequência à ousadia mostrada em “Recanto” (2011), com versões instigantes para compositores bastante representativos da jovem MPB – Marcelo Camelo, Mallu Magalhães, Criolo, Céu, Jonas Sá, Lira – e de veteraníssimos ousados – como Tom zé, Caetano Veloso e Milton Nascimento.
Arrojado
Desde o início, ela disse aos produtores que queria um álbum que fosse arrojado, distante da caretice, mas que, ao mesmo tempo, fosse palatável.
Algo do tipo: que provoque estranheza, mas não demais. “Este disco é diferente de todos, pois cada disco é diferente um do outro. Sempre foi assim. Mas posso dizer que este tem o clima mais perto dos trabalhos que fiz no passado e também está bem no clima do ‘Recanto’”, afirma a cantora, que completou, em 2015, meio século de carreira. “É um trabalho bem centrado nos jovens, embora os mais velhos com certeza irão gostar”.
Parceria
Um dos segredos de Gal para desenvolver discos tão impactantes é a capacidade de saber escolher bem os parceiros de criação.
Se em “Recanto” a criação das músicas estava nas mãos de Caetano Veloso, dessa vez ela contou com o jornalista Marcus Preto. Foi ele quem procurou pelos nomes mais interessantes da atualidade para pedir músicas, construindo um repertório bastante variado e nada óbvio.
“O álbum ficou do jeito que eu queria, com essa sonoridade e repertório”, conta a cantora, que viu, mais uma vez, sua voz ser arranjada com elementos eletrônicos. “O repertório, quem foi buscar foi Marcus Preto e, depois, escutei as canções e decidi quais queria gravar”, explica.
A cantora já tem shows agendados em países da Europa e em toda a extensão da América
Gal Costa – Show “Estratosférica” no Grande Teatro do Sesc Palladium (rua Rio de Janeiro, 1046, Centro), nesta sexta (27), às 21h. Setor I: R$ 200 e R$ 100 (meia); Setor II: R$ 160 e R$ 80 (meia); Setor III: R$ 130 e R$ 65 (meia)