(Gabriel Nast)
O trabalho de Gabriel Nast e dos irmãos Dágson Silva e Raison Lucas pode ser conferido a partir de quinta-feira (7), no BDMG Cultural (rua da Bahia, 1.600). A mostra "Antropologia Local para formar uma Topografia Sagrada" aborda a essência da história dos ancestrais do povo brasileiro. Tendo o grafite como ponte para outras artes, o trio, que não tem formação acadêmica, assina trabalhos experimentais que merecem a visita.
A partir de estudos que se baseiam na obra de Darcy Ribeiro e na fotografia de Antonio Malta, o trio criou esculturas sobre madeira de construção e telas que se formam a partir de recortes e colagens – "uma mistura de tudo o que coleto nas ruas". "Meu trabalho é um esboço de contrapontos", explica Raison.
Até chegar às duas séries (14 trabalhos) da mostra ("1900 Fictício" e "Aviãosim, Aviãozim"), ele se dedicou a estudos sobre casebres do século 19 e aprofundou-se em observar o lugar onde vive – o aglomerado Morro das Pedras.
Com olhar que se aproxima das inspirações do irmão, Dágson fala sobre a construção das próprias obras: "Proponho dinâmicas e colagens inusitadas. Criar é como construir uma casa".
Amigo dos irmãos, Nast pondera que o olhar sem vícios para a cidade que o abrigou (mora em BH há pouco mais de um ano) serve como trunfo. "Sempre me interessei por referências que pudessem apontar nossas matrizes africanas e indígenas". Partindo da curiosidade por esse passado nasceram as séries "Xiloranhuras" e "Povo Brasileiro". Em tempo: no último dia 4, o BDMG Cultural lançou seus editais anuais (disponíveis no site da instituição), BDMG Instrumental, Prêmio Marco Antônio Araújo, Jovem Instrumentista, Jovem Músico, Mostras BDMG e Trilha Cultural, junto à nova logo da Instituição.
Serviço
Mostra BDMG – Diariamente, Até o dia 3 de março, de 10 às 18 horas. Entrada franca.