(José Luiz Pederneiras)
Espetáculo que foi um marco na história do Grupo Corpo pela forma diferenciada com que foi concebido, “Triz” volta a ser apresentado no Brasil. Após estrear no ano passado e percorrer quatro capitais, a montagem retorna ao Grande Teatro do Palácio das Artes desta quinta (7) a domingo (10), para depois seguir para São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro.
Desenvolvida a partir da trilha criada por Lenine e de uma proposta de desafiar a ideia de limite, a montagem aconteceu após duas cirurgias do coreógrafo Rodrigo Pederneiras (no ombro e no joelho), que não podia mostrar com seu corpo os movimentos de cada bailarino. Cada passo foi verbalizado pelo artista, em um inédito processo de criação.
De acordo com o diretor artístico do Grupo Corpo, Paulo Pederneiras, isso não significou uma simplificação da coreografia. “Quando você assiste, acredita que as coisas são simples. Mas o ‘Triz’ possui uma complexidade incrível.
Foi a primeira vez em que vi um bailarino anotar as instruções para estudar em casa. É uma coreografia com uma contagem (de tempo) que muda a todo momento. Isso aconteceu porque a música de Lenine nos colocou nesse desafio”, explica o diretor.
Diferentemente da primeira turnê de “Triz”, a coreografia que acompanha a turnê não será mais “Parabelo” (1997). Dessa vez, o público poderá rever “Onqotô”, montagem de 2005 com trilha de Caetano Veloso e José Miguel Wisnik.
Novidade
Paulo aproveita para adiantar as informações sobre o espetáculo que começará a ser preparado no final deste ano para estrear em agosto de 2015 – e ser a maior ação da comemoração dos 40 anos da companhia belo-horizontina. O compositor convidado é Marco Antônio Guimarães, o responsável pelos arranjos do grupo Uakti, que já havia trabalhado com o Corpo em “Bach” (1996) e “21” (1992).
A grande novidade é que Guimarães está compondo para a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, com o acréscimo de instrumentos criados para o Uakti. Essa será a primeira vez em que uma trilha do Corpo será executada por uma sinfônica.
“Triz” e “Onqotô” no Grande Teatro do Palácio das Artes (avenida Afonso Pena, 1537). Desta quinta a sábado, às 20h30, e domingo, às 19h. R$ 80 e R$ 40 (meia).