(Reprodução)
A maioria dos trabalhos visuais que vemos no mercado fonográfico é fruto de processos intensos, que envolvem troca de opiniões, reuniões, debates, idas e vindas. Para que a arte seja de acordo com o gosto do cliente, às vezes são gastas muitas semanas.
Tudo começa com uma reunião de briefing, em que o cliente chega com ideias (ou sem nenhuma). É quando o designer tenta captar o máximo de informação, de acordo com Marcelo Dante, integrante do 45 Jujubas, que realizou capas para Cobra Coral, Zimun, Pedro Morais, Autoramas e outros.
“Na segunda etapa, a equipe faz uma troca de referências que podem servir ao projeto. É quando vamos decidir se vamos fazer uma ilustração, uma colagem ou usar uma foto. Se optarmos pela fotografia, fazemos a direção de arte do ensaio”, explica.
Trabalheira
Uma mostra de como a arte de um disco pode demandar muito trabalho foi o álbum “Na Medida do Impossível”, de Fernanda Takai. João Marcelo Emediato foi contratado pela Hardy Design para dar vazão às ideias da cantora.
“A Fernanda nos trouxe imagens do fotógrafo japonês Kusakabe Kimbei e adoramos a ideia de nos inspirar nele. Decidimos fazer uma pequena narrativa em que ela encenaria uma personagem”, conta Emediato, lembrando que foram feitas várias maquetes para criar efeitos a partir de diferentes escalas de tamanho. Foram cinco meses de trabalho.
Diretor de arte da revista “Galileu”, o mineiro Rafael Quick também assina capas de discos – mesmo sabendo que não há um grande retorno para esse tipo de trabalho. “O que me anima é o processo e as possibilidades do resultado”, diz o artista, que fez as capas dos dois álbuns do grupo Dibigode.
“O Thales Silva pretende lançar o segundo álbum do projeto Minimalista em fevereiro do ano que vem e já estamos conversando sobre a arte há dois meses.
É interessante ter essa conversa desde o início”, completa Quick. “A vantagem de trabalhar com a música independente é que podemos ousar mais. O público está aberto à inovação”.