(Divulgação)
Apesar de o material de divulgação anunciar um repertório formado por grandes sucessos, Lobão não gosta que seus shows sejam apresentados desta maneira, como se subisse ao palco com o intuito apenas de fazer o público “se deliciar com o seu passado” de hits como “Decadence Avec Elegance”, “Essa Noite Não”, “Me Chama”, “Vida Bandida” e “Vida Louca Vida”.
“Não é verdadeiro, porque as músicas entram de acordo com os instrumentos que estou tocando, sendo elas sucessos ou não. Sigo uma ordem pensando na harmonia do show, quais vão soar bem e se avizinham bem umas às outras”, registra o cantor, que tocará hoje, às 21h, no Grande Teatro do Palácio das Artes, no formato “power trio” (guitarra, baixo e bateria).
Tocar acompanhado somente por um baixista e um baterista representou um novo estímulo para Lobão, de 62 anos. “Está sendo delicioso. Quando você está num ambiente musical em que está curtindo, isso lhe impulsiona a produzir, a repensar, para aquele ambiente. Estou fazendo muitos riffs e temas, até mesmo em inglês. Nunca tinha composto em inglês”, assinala o roqueiro.
Em dezembro passado, ele lançou o single “The Valkirian Queen”, música que será apresentada ao vivo pela primeira vez. “Tento, em cada show, fazer uma coisa diferente, trazer uma surpresa, o que o torna bem dinâmico. Temos 60 músicas ensaiadas, mas escolhemos o set list na hora. A única certeza é que não toco o que não gosto. ‘Revanche’, por exemplo, detesto”, registra Lobão, citando um de seus hits.
Um dos maiores compositores de sua geração, o cantor diz ser “muito triste” ver músicas lançadas há quatro décadas se tornarem mais modernas e atuais. “Chegamos hoje a um nível assustador de regressão. As canções hoje são infantis e erotizadas. Diante deste quadro, o cancioneiro dos anos 80 é mais potente, intenso e profundo”, compara.
Serviço
“Tour Power Trio 2020” – Hoje, às 21h30, no Grande Teatro do Palácio das Artes (Avenida Afonso Pena, 1537). Os ingressos variam entre R$ 50 e R$ 200.