Inhotim abre espaço para 17 artistas de vários países

Clarissa Carvalhaes - Hoje em Dia
24/10/2013 às 08:08.
Atualizado em 20/11/2021 às 13:36

Portas abertas para novas exposições. A partir desta quinta-feira (24), quem for ao Inhotim vai poder conhecer obras de outros 17 artistas de diferentes partes do mundo – nomes como Alexandre da Cunha, Mauro Restiffe, João Maria Gusmão, Geraldo de Barros, Pedro Paiva, Marepe e Marcius Galan. As obras ocuparão os espaços que tradicionalmente abrigam mostras temporárias no Instituto: as galerias Praça, Fonte, Mata e Lago.

Nesses locais, o público vai encontrar trabalhos com discursos poéticos que esmiúçam a história – seja ela de um tempo, de um povo ou da própria arte. Os trabalhos são objetos construídos a partir de princípios arquitetônicos, ou sobre telas tradicionais, mas que chegam até a impressionantes figuras em 3D – não deixe de conferir as obras Luiz Zerbini na galeria Praça.

Ali, o artista apresenta seu "amor lugar comum" – série de nove obras onde Zerbini combina fauna e flora com geometrias abstratas, cenas domésticas e paisagens naturais e urbanas. "É um trabalho que ressalta a importância de pinturas, geometria, das cores, colagem...", comenta uma das curadoras de Inhotim, Júlia Rebouças.

Ainda na galeria Praça está "Imóvel/Instável" de Marcius Galan. "É uma obra de 2011 que compõe o acervo de Inhotim desde então, mas que só agora ocupa uma de suas galerias. É uma obra que lida diretamente com as questões de equilíbrio e precisão, promovendo a discussão da funcionalidade dos espaços", explica Júlia.

Venezuelano

Assumidamente um espaço dedicado a abrigar arte contemporânea (segmento que pede um olhar atento do espectador), Inhotim prova que consegue também manter cativo o espaço do público que busca uma arte menos conceitual – muitos se deliciam com as pinturas perfeccionistas da série "Mineiriana" do venezuelano Juan Araújo, na galeria da Mata.

O artista, aliás, foi especialmente convidado pelo Inhotim para criar um ciclo de pinturas baseadas em temas como arquitetura, natureza, história e representações de Minas Gerais. Para tanto, o venezuelano de Caracas passou algumas semanas entre Ouro Preto, Mariana e Brumadinho.

"Já tínhamos uma obra do artista, mas ‘Mineiriana’ é uma obra especial porque foi produzida especialmente para Inhotim. Suas pinturas foram feitas a partir de materiais de pesquisa, coletados por ele ou enviados por nós para seu ateliê em Caracas. Nelas, há a presença do barroco ao lado do moderno. Para tanto o artista valeu-se de tudo: fotogramas, mapas, páginas de livros", comenta outro curador de Inhotim, Rodrigo Moura.

Diálogo

Segundo Júlia, essa será a maior troca de acervo já ocorrida na instituição desde 2006, no entanto, a curadoria do Instituto decidiu manter alguns trabalhos já velhos conhecidos do público ao lado dos novos, "como forma de diálogo entre eles".

É o que acontece, por exemplo, na galeria Fonte, onde é apresentada a mostra "Natureza Morta" que reúne obras de 14 artistas criadas em torno desse que é um dos mais conhecidos gêneros de pintura.

E antes de partir, claro, não deixe de ir à galeria Lago, onde estão as obras do baiano Marepe "Olê ô picolé" e "A cabra" (ambas de 2007). O leitor que guarda memórias da infância, por menores que sejam, certamente compreenderá a dica.

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