Ancestralidade e religiosidade

Inhotim inaugura duas exposições ligadas aos povos africanos neste sábado

Da Redação
almanaque@hojeemdia.com.br
27/05/2023 às 12:25.
Atualizado em 27/05/2023 às 12:34
"A noite suspensa ou o que posso aprender com o silêncio", obra de Mônica Ventura (Ícaro Moreno)

"A noite suspensa ou o que posso aprender com o silêncio", obra de Mônica Ventura (Ícaro Moreno)

O Instituto Inhotim inaugura, neste sábado (27), mais duas exibições temporárias na Galeria Praça. "Mestre Didi – os iniciados no mistério não morrem", com curadoria de Igor Simões, curador convidado, e da equipe curatorial do Inhotim, e "A noite suspensa ou o que posso aprender com o silêncio", de Mônica Ventura já estão à disposição do público.

"A noite suspensa ou o que posso aprender com o silêncio" é uma obra de aproximadamente 4 metros de altura e 9 metros de largura e foi comissionada pelo Inhotim para ocupar o vão central da Galeria Praça, umas das mais visitadas no museu e jardim botânico. 

De acordo com informações divulgadas pelo Inhotim, Mônica Ventura apresenta uma proposta de olhar o entorno e a potência local, fazendo uso da terra da região na construção da obra – a parede, o leito e a escultura são feitas desse elemento.

Como um invólucro feito de palha, a instalação possui uma abóbada de cor azul e a sua base de terra afixada no chão se assemelha a uma Yoni, forma que remete ao feminino e cujo significado do termo, em sânscrito, refere-se às noções de “passagem divina” ou “fonte de vida”. Já a escultura em si remete a Lingam, símbolo fálico que remete ao masculino. A combinação entre as duas formas, se vista de cima, faz referência a Shiva Lingam, a síntese das energias do universo.

Mestre Didi - “os iniciados no mistério não morrem” (Ícaro Moreno)

Mestre Didi - “os iniciados no mistério não morrem” (Ícaro Moreno)

Mestre Didi

A outra novidade de Inhotim é a exposição "Mestre Didi – os iniciados no mistério não morrem", que exibe cerca de 30 obras do artista, feitas
em consonância com a atividade de liderança religiosa no Candomblé e pertencentes à Coleção do Instituto Inhotim. De acordo com o curador convidado Igor Simões, o título se refere ao trecho de uma cantiga entoada durante as cerimônias fúnebres de um Ojé, sacerdote da tradição Egungun. As obras expostas são feitas, em geral, de fibras do dendezeiro, búzios, contas, sementes e tiras de couro, com a presença de símbolos que remetem às tradições iorubá.

A exposição convida o público a conhecer outras dimensões de Mestre Didi, sobretudo para a cultura brasileira. Além de sua atuação no campo cultural, Mestre Didi foi sacerdote supremo - também conhecido como Alápini - do culto aos ancestrais Egungun, tendo fundado em Salvador, em 1980, a Sociedade Religiosa e Cultural Ilê Asipá. Na mostra, todas essas vivências da trajetória de Mestre Didi - a intelectualidade, a espiritualidade e o sagrado - estão registradas, ademais as esculturas, a partir do acervo da Sociedade de Estudos da Cultura Negra no Brasil, com uma série de
documentos e imagens cedidos gentilmente pela cantora e bailarina Inaicyra Falcão, uma das filhas de Mestre Didi. Outro aspecto abordado na mostra é a presença feminina na trajetória do artista.

Serviço:
Inhotim

Horário de funcionamento: de quarta a sexta-feira: das 9h30 às 16h30 / Sábados, domingos e feriados: das 9h30 às 17h30
Localização: Brumadinho, a 60 km de Belo Horizonte (aproximadamente 1h15 de viagem). Acesso pelo km 500 da BR381 – sentido BH/SP. Também é possível chegar pela BR-040 (aproximadamente 1h30 de viagem), na altura da entrada para o Retiro do Chalé - sentido BH/Rio.
Para comprar seu ingresso clique aqui.

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