Johnny Depp e o desafio de recriar "O Cavaleiro Solitário"

AFP
03/07/2013 às 11:22.
Atualizado em 20/11/2021 às 19:43

LOS ANGELES - Johnny Depp e os criadores da saga "Piratas do Caribe" voltaram a trabalhar juntos para a adaptação ao cinema de "O Cavaleiro Solitário", personagem famoso da cultura popular americana e interpretado por Armie Hammer, uma estrela em ascensão em Hollywood.

Depois de terem revitalizado com sucesso os filmes de pirata, com quatro produções que arrecadaram mais de US$ 3,6 bilhões em todo o mundo, o produtor Jerry Bruckheimer e o estúdio Disney esperam agora renovar os "westerns".

Assim decidiram adaptar "The Lone Ranger", um justiceiro mascarado que nasceu no rádio em 1933, antes de estrelar, entre 1949 e 1957, uma série televisão muito popular nos Estados Unidos.

O filme, que estreia nesta quarta-feira (3) nos Estados Unidos e em 12 de julho no Brasil, é a quarta adaptação para o cinema do famoso cavaleiro do Texas e seu fiel ajudante Tonto, um índio comanche interpretado por Johnny Depp com sua versatilidade habitual.

Depp assumiu a missão de supervisionar o aspecto visual de Tonto. Ele se inspirou em particular em uma pintura de Kirby Sattler para a maquiagem e o chapéu, um corvo com as asas abertas.

O papel principal foi atribuído a Armie Hammer, que ficou conhecido por interpretar os gêmeos Winklevoss em "A Rede Social".

O ator, no entanto, admite que não tinha muito conhecimento sobre o "cavaleiro solitário".

"A única razão pela qual conhecia o cavaleiro solitário era que meu pai era fã. Ele gostava de assistir as reprises na televisão. Eu assisti algumas vezes com ele, mas tinha apenas noção de quem era o personagem", disse.

Fiel ao estilo das produções de Bruckheimer, o filme, mistura de western e ação, com um orçamento de mais de 200 milhões de dólares, se vale de cenários abundantes, explosões, massacres e cenas espetaculares para contar a história do que levou o texano John Reid a trocar o terno de advogado por uma máscara e o chapéu branco de justiceiro anônimo.

Mais que o medo de interpretar um personagem adorado pelos americanos, foi o "senso de respeito" que motivou o ator.

"Sei que este personagem representa muito para muitas pessoas", disse.

Hammer afirmou que adotou sem hesitar algumas características do herói, como "o respeito pela vida, a recusa a matar e um código moral muito rígido".

Mas para atrair os espectadores mais jovens, o público-alvo de Bruckheimer, foi necessário atualizar um pouco o personagem.

"Quando o "Cavaleiro Solitário" surgiu no rádio, saíamos da Grande Depressão (de 1929). E a série de televisão nasceu depois da Segunda Guerra Mundial, quando começava a Guerra da Coreia. As pessoas queriam um herói, queriam ligar a televisão e não ter medo, ver alguém fazer o bem, um bom herói e um bom americano", disse o ator.

"Isto não funciona para o público atual, que tem mais discernimento. Assim, quis torná-lo mais humano. Criamos um código moral, certo, mas ele o viola várias vezes. Queríamos ver sua luta contra o desejo de matar alguém ou contra algo que desejasse fazer, sabendo que não podia fazê-lo", explicou.

Para o ator, trabalhar com Johnny Depp e o diretor Gore Verbinski - da saga "Piratas do Caribe" e vencedor do Oscar pela animação "Rango" - também foi muito didático.

"Com Johnny aprendi a prestar atenção a tudo o que acontece ao meu redor e lembrar. E com Gore, aprendi que é possível fazer tudo, mas que isto às vezes pode exigir mais trabalho do que o previsto".

© Copyright 2024Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por
Distribuido por