(Divulgação)
A faixa-título de “Bailar em la Cueva”, novo disco de Jorge Drexler, lançado pela Warner Music, é bastante representativo da proposta do álbum. Começa com um violão e uma voz suave que vão soar familiares aos fãs, mas cresce ritmicamente, com uma forte percussão se sobressaindo em um complexo arranjo. Ali o convite já está feito: o músico uruguaio quer agora que todos se levantem para “bailar”.
Resultado das viagens que Drexler tem feito a países latino-americanos ao longo de sua última turnê, “Bailar em la Cueva” toma emprestado diferentes ritmos hispânicos, mas com roupagens que soam instigantes e inovadoras – além de belas e divertidas. É harmônica a combinação entre percussão, metais e leves interferências eletrônicas.
Nesse álbum gravado em Bogotá e Madri, em nenhum momento há previsibilidade. Especialmente em “Bolívia” – uma homenagem de Drexler ao país, com direito a participação de Caetano Veloso – em que a música toma diferentes rumos melódicos, mas sem parecer uma estranha colagem. Ou na leve “Esfera”, onde nos deparamos com um surpreendente solo de percussão.
Trata-se de um trabalho plural, com melodias simples e diretas, embora os arranjos sejam complexos. Há espaço para a lírica e poética “Todo Cae”, para a ultrarromântica e kitsch “La Noche No Es una Ciencia Exacta”, para a inquietante “La Plegaria del Paparazzo”.
A suave “Universos Paralelos” foi escolhida para ser o primeiro carro-chefe do álbum – com direito a um divertido videoclipe em que Drexler e sua banda mostram que a dança não é restrita aos pés de valsa –, mas a pop “Data Data” tem tudo para funcionar no rádio.