Literatura africana ganha voz no Brasil

César Augusto Alves
cpaulo@hojeemdia.com.br
08/05/2016 às 15:19.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:20
 (Divulgação)

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A aproximação cultural entre Brasil e África sempre existiu, a despeito da história que todos nós conhecemos bem. Indo além da influência e do mix cultural constituído ao longo dos séculos, a jovem editora Kapulana aposta no selo “Vozes da África”, que lança autores e publicações africanas no mercado editorial brasileiro.

A editora surgiu em 2012 comercializando publicações científicas bilíngues, e logo ampliou o espectro de olho na demanda que surgia de seus leitores, que ansiavam por um produto mais cultural e multidisciplinar.

As novidades iam desde obras literárias focadas em aprendizado a lançamentos que inserem intersecções literárias (série de livros que promove o diálogo entre várias culturas ao aproximá-las de gêneros literários diversos).

Intercâmbio

Promover este intercâmbio foi ideia da doutora em Literatura Brasileira Rosana Morais Weg, que morou em Moçambique. “Como sou da área, tive mais contato com estudiosos e profissionais, e com a literatura produzida em Moçambique”, explica a editora responsável pela Editora Kapulana.

Ter contato com a literatura africana é muito mais do que poder ler suas obras. A aproximação vai além e mostra ao leitor uma outra realidade, com rotinas e lutas diferentes de um povo tão distante física e culturalmente.

A ideia de Rosana é apresentar ao leitor brasileiro o que há de melhor sendo produzido por autores africanos, principalmente os de língua portuguesa. “Naturalmente, as obras africanas demandam um empenho diferente porque são raras no Brasil e nos propusemos a oferecer ao leitor brasileiro, muitas vezes em primeira mão, a literatura de qualidade que está sendo feita nos países africanos”, justifica.

Para conhecer

Recentemente lançados, os títulos “O Regresso do Morto”, de Suleiman Cassamo, “Outras Coisas”, de Clemente Bata e “O Domador de burros”, de Aldino Muianga, apresentam contos que aproximam rapidamente o leitor da cultura africana.

Já os livros “Sangue Negro”, de Noémia de Sousa, e “De Terra, Vento e Fogo”, de Lica Sebastião, trazem essa proposta através de poemas que também discutem a sociedade local dos autores e autoras. Os livros contam, ainda, com belas ilustrações de artistas também africanos.

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