Livro de João Barone conta a participação do Brasil na 2ª Guerra Mundial e será lançado dia 24 em BH

Clarissa Carvalhaes - Hoje em Dia
20/06/2013 às 09:09.
Atualizado em 20/11/2021 às 19:17

Vinte anos antes do baterista do Paralamas do Sucesso João Barone nascer, o Brasil declarou guerra aos italianos e alemães. Mas o que muita gente não sabe (ou reconhece) é a importância da entrada do país na 2ª Guerra Mundial, em 1942.

Esse silêncio diante do papel dos "pracinhas" no conflito provocou no músico uma resignação incontida, capaz de fazê-lo aventurar-se em discutir o tema incansavelmente.

Depois do documentário "Um Brasileiro no Dia D" (2006) e do livro "Minha Segunda Guerra" (2009), João Barone apresenta "1942 – o Brasil e Sua Guerra Quase Desconhecida" (Editora Nova Fronteira, 304 páginas, R$ 34).

Em BH, o novo livro será lançado com a presença do autor – na próxima segunda-feira (24), às 19 horas, na Leitura do BH Shopping. Antes, às 20 horas de sábado (22), a banda celebra seus 30 anos com show na Arena do Minas Tênis Clube.

Silêncio motivador

"Meu pai esteve entre os mais de 24 mil combatentes convocados para a guerra, mas sempre limitou-se a contar o que aconteceu lá. Foi um herói silencioso. Mas aquele silêncio me motivou a vasculhar a história e querer contá-la. Esse novo livro é, portanto, mais uma forma de tirar nossa batalha do gueto acadêmico", diz Barone.

Nas suas mais de 300 páginas, "1942" conta a participação do Brasil na 2ª Guerra Mundial, seus tabus, equívocos, esquecimentos e novas descobertas. A publicação lança luz sobre episódios e personagens dessa história – sejam caboclos, gringos ou ditadores – por meio de uma narrativa combinada a um preciso trabalho de pesquisa. "Mas não é um trabalho de historiador, embora, felizmente, muitos deles o prestigiem. Considero esse livro ‘jornalístico’ porque leva o leitor a mergulhar nas batalhas a partir de uma leitura que utiliza a linguagem do dia a dia".

Para Barone, a história do Brasil é construída ainda hoje, quando participa em ações de pacificação. "Acredito que esse seja o grande legado do Brasil, seja nas missões de paz na Faixa de Gaza, seja no Haiti. Os soldados brasileiros têm essa expertise em fazer uma interface com a população, além, é claro, de lutarmos muito bem. Veja só o Anderson Silva, por exemplo", diz, aos risos.

Mineiros nos campos de batalha na Itália

Entre os mais de 25 mil homens que representaram o Brasil, a partir de 1942, nas batalhas da 2ª Guerra Mundial, não era difícil encontrar soldados com pouca experiência em conflitos – jovens que sequer tinham completado 20 anos de idade.

Em 1944, Geraldo Taitson e Divaldo Medrada tinham 19 anos quando foram convocados para combater os alemães, na Itália. Hoje, aos 92 anos, eles têm as patentes de tenente e capitão, respectivamente.

"Claro que tínhamos medo, mas jamais esteve nos nossos planos sermos desertores e fomos para a Itália", afirma o capitão Medrada que durante confronto foi ferido por 13 tiros no ombro.

Assim como o amigo, o tenente Taitson, hoje à frente do Museu da Força Expedicionária Brasileira na capital (av. Francisco Sales, 199, Floresta), também foi atingido no braço por estilhaços de uma granada .

"A guerra é uma sucessão de momentos horríveis. Quando vejo outros conflitos acontecendo por aí fico inconformado porque fui para a guerra para que outras não existissem mais. Queríamos um mundo de paz".

© Copyright 2024Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por
Distribuido por