(Luiz Alfredo/Divulgação)
“Jornalista é terrível!”, espanta-se Daniela Arbex, quando a reportagem do Hoje em Dia indaga sobre a transposição do seu livro “Holocausto Brasileiro” para a TV, com direção de Helvécio Ratton. Ela própria é jornalista e vinha guardando a sete chaves a notícia da adaptação, que ganhará a forma de uma série televisiva, com filmagens previstas para maio, tendo como cenário principal Barbacena. A cidade mineira sedia hospício – conhecido por Colônia – que Daniela define como “holocausto brasileiro” devido à morte de 60 mil pacientes, muitos deles não-portadores de doenças mentais. Sem poder dar detalhes da produção, Daniela comemora um feliz encontro de gerações, ao lembrar que Ratton já tinha realizado documentário sobre o tema, intitulado “Em Nome da Razão”, em 1979. “Comecei o livro a partir das fotografias tiradas há 50 anos por Luiz Alfredo, de uma geração anterior a do Helvécio. E envolver o cineasta agora é emocionante, por trazer muito de sua memória afetiva”, destaca. Modelo sem volta A jornalista de Juiz de Fora, que vem se dedicando ao tema dos direitos humanos, adianta que o filme ampliará o número de personagens do livro. “E iremos nos aprofundar ainda mais sobre a história do hospital”, registra. Daniela não acredita que o assassinato do cineasta Eduardo Coutinho pelo filho esquizofrênico, anteontem, ameaçará “a luta que foi feita para a reforma psiquiátrica, com a humanização do atendimento”. Ela assinala que o isolamento do paciente em manicômios “não se aproxima em nada da dignidade humana” e que instituições como a de Barbacena, onde milhares de pacientes foram internados à força, é “um modelo sem volta”.