Livro recupera trajetória de Celso Garcia, cantor da "era do rádio"

Elemara Duarte - Hoje em Dia
19/06/2013 às 09:07.
Atualizado em 20/11/2021 às 19:15

Celso Garcia foi um dos principais cantores e compositores da "era do rádio" em Minas. Autor de canções, hoje, no imaginário dos belo-horizontinos como "Santa Tereza" e "Praça Vaz de Melo" ganha a biografia "Não Há Entre Nós Um Paralelo – Celso Garcia: Vida, Casos e Fatos" (Alis Editora), que será lançada na quinta-feira (20), às 19 horas, na Sociedade Recreativa Palmeiras (rua Grão Pará, 589, Santa Efigênia). Garcia morreu em 2002, aos 74 anos.

Professora de história e autora do livro, Regina Belisário conta que Celso integrou o elenco de cantores de várias emissoras de rádio locais. A pesquisa foi feita especialmente com o acervo do artista, composto por recortes de jornal e fotos. "Comecei a organizar tudo aquilo pois vi que era um registro da história da cidade e do rádio, na época, o único veículo de comunicação falada", observa a autora, que é filha de Garcia.

No início da década de 1980, Celso Garcia se afastou do meio artístico. "Daí, ele se aposentou, mas continuou a frente da Ótica Celso Garcia. Ele sempre levou a vida de artista junto com a de empresário". O título do livro é um verso de "Praça Vaz de Melo", referência à antiga região boêmia no Bairro Lagoinha, regravada pelo cantor e radialista Acir Antão.

"Santa Tereza" ("Foi para Santa Tereza/ que aquela beleza/ o bonde pegou") é outra canção escrita por Garcia. "Até hoje é tocada no Carnaval de BH", aponta Regina. Já a delicada "Açucena Cheirosa", também de Celso Garcia em parceria com Rômulo Paes, foi gravada por Luiz Gonzaga (Quem quiser comprar,/ eu vendo açucena/ cheirosa do meu jardim/ Quem quiser comprar,/ eu vendo açucena cheirosa do meu jardim).

Jingle para campanha de Juscelino está perdido

Mineiro de Ponte Nova, Celso Garcia se mudou para BH com a família aos 13 anos e cedo ingressou em programas de calouros nas rádios Guarani e Mineira; integrou o elenco de cantores da Rádio Inconfidência. Foi ali, em 1955, que assessores de JK, na época, governador de Minas, o procuraram para fazer um dos jingles para a campanha presidencial. "Ele achou que não teria a competência, mas aceitou. Não cobrou um tostão pelo jingle. Apenas mais uma passagem de trem para a minha mãe ir com ele conhecer São Paulo. Ele ficou honradíssimo", afirma.

Regina diz que a gravação original do jingle está perdida. A propaganda do "presidente bossa nova" foi gravada pelo conjunto vocal "Titulares do Ritmo", em São Paulo, pois em BH não havia estúdio para esse tipo de trabalho. "Sei que você sabe, mas aqui vai um lembrete: um amigo seu vai morar lá no Catete. Em sua homenagem vamos reviver o motivo da canção da nossa terra entoando o ‘Peixe Vivo’", relembra ela, sobre um trecho.

© Copyright 2024Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por
Distribuido por