Livros contam histórias da “Globeleza”, de Ivete Sangalo e canções inesquecíveis

Elemara Duarte - Hoje em Dia
14/02/2015 às 08:44.
Atualizado em 18/11/2021 às 06:01
 (Cacau Mangabeira/ Divulgação)

(Cacau Mangabeira/ Divulgação)

Carnaval é tempo de leitura e essa frase não é “piada de salão”. Novidades nas estantes dão conta de que história é o que não falta dentro da maior festa popular do Brasil. “Globeleza”, Ivete Sangalo, sambas inesquecíveis e Jorge Amado estão dentre os enredos das publicações.

A mais recente das histórias vem de uma “ex” garota Globeleza. A musa negra de corpo perfeito que fazia todo mundo ficar de queixo caído nos intervalos carnavalescos da Rede Globo está em “Valeria Valenssa: Uma Vida de Sonhos” (Tinta Negra Bazar Editorial, R$ 39,90).

Escrito por Laura Bergallo e Josiane Duarte, mostra a trajetória da menina tímida e magra que saiu do subúrbio carioca para se tornar um dos maiores símbolos do Carnaval durante ininterruptos 15 anos, entre 1990 e 2005.

O livro aborda assuntos delicados, como a depressão de Valéria após a saída da Globo e o romance dela com o designer austríaco Hans Donner, criador da logomarca da emissora.

IVETE CANTA CLARA NUNES

“Bem miudinha, ainda com três anos, canto ‘Maré Cheia’, de Clara Nunes. Foi a primeira vez que cantei em público – formado pelos amigos de meus pais, que sempre se reuniam para saraus lá em casa”.

O trecho faz parte da biografia “Ivete Sangalo, Pura Paixão – Minhas Histórias, Dicas, Rotinas e Inspirações” (224 páginas, Editora Agir, R$ 29,90).

Chegou a vez da maior musa do Carnaval baiano contar a história dela. Sarajane, Margareth Menezes, Claudia Leitte, todas deixaram o legado no axé music. Mas pergunte para alguém em Salvador: “Quem é Ivete Sangalo”? Uma das respostas possíveis dentro do conceito que a cantora encarna é: “Aqui, Ivete é rainha, mainha!”.

São 20 anos de reinado. Prova disso são os mais de 11 milhões de seguidores da cantora no Facebook, demanda para programas de TV, propaganda de tintura para cabelo, alta vendagem de discos, Troféu Internet como melhor cantora, Grammy Latino...

A biografia da dona “Veveta”, como é chamada pelos súditos, obedece à ordem cronológica, com curiosas fotos do baú. O texto vem em primeira pessoa, mantendo a espontaneidade da artista. Leitura levinha para o fã de carteirinha.

MEU SAMBA, MINHA VIDA

O livro “O Enredo do meu Samba: A História de Quinze Sambas-enredo Imortais” (308 páginas, Editora Record, R$ 32), do jornalista Marcelo De Mello, pinça as canções que marcaram as escolas de samba cariocas.

Muita gente não esquece o apaixonado “Explode coração”, da Salgueiro, de 1993: “Explode coração/ Na maior felicidade/ É lindo meu Salgueiro/ Contagiando e sacudindo esta cidade...”

E quem nunca travou a língua ao tentar cantar o “Bumbum paticumbum prugurundum. O nosso samba minha gente é isso aí”, da Império Serrano (1982)? Essas e outras pérolas são resgatadas pelo autor.
gaste com força ou não

Em “Carnaval é Cultura – Poética e Técnica no Fazer Escola de Samba” (370 páginas, Editora Senac São Paulo, R$ 239,90), o carnavalesco Milton Cunha registrou os bastidores de 20 anos dos desfiles dele.

O livrão apresenta 500 imagens que revelam o trabalho de dez meses nos barracões, nas quadras, nos ensaios: como tudo é pensado, planejado e executado, o reaproveitamento de material, como a festa leva ao aperfeiçoamento de artesãos.

ATEMPORAL

“Entre o azul do céu e o verde do mar, o navio ruma o verde-amarelo pátrio. Três horas da tarde. Ar parado. Calor”.

Nas melhores bibliotecas é possível resgatar o livro de onde vem esse trecho, considerado um clássico: “O País do Carnaval” (1931), de Jorge Amado.

O romance aponta as contradições do Brasil, a partir do olhar do personagem Paulo Rigger, que volta para a terra natal após sete anos em Paris. O romance mostra as angústias dos personagens em relação à situação do país. Alguma semelhança com os dias de hoje?
 

© Copyright 2024Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por
Distribuido por