(Daryan dornelles)
Luiz Melodia sempre fez questão de trabalhar uma pluralidade sonora em seus mais de 40 anos de carreira fonográfica. E não poderia ser diferente no recém-lançado “Zerima” (Som Livre), o 17º álbum de sua trajetória artística. Aqui, há samba, blues, reggae e até rap – graças a uma parceria com seu filho, o rapper Mahal Reis, numa divertida versão para “Maracangalha”, de Dorival Caymmi.
Duas outras canções bem conhecidas do público também ganharam arranjos diferenciados: “Nova Era”, de Dona Ivone Lara, e “Leros e Leros e Boleros”, do “maldito” Sergio Sampaio.
“Sempre que eu viajava, as pessoas me pediam para fazer um novo disco. E eu já tinha algumas composições prontas, de diferentes ritmos”, conta Luiz Melodia, que não lançava um disco de inéditas desde “Estação Melodia”, de 2007.
Pausa
O processo de gravação desse álbum poderia ter seguido um curso “normal”, mas Melodia teve que lidar com certas adversidades. No meio das gravações, um integrante da equipe se afastou por problemas de saúde e o próprio cantor teve de ficar três meses de molho, por conta de uma forte otite. “Enquanto estive em casa, aproveitei para compor outras músicas que entraram no disco”, diz.
Entre suas composições para “Zerima”, Melodia destaca “Dor de Carnaval”, feita para Céu. “Pensei nela porque é uma cantora muito bacana. Ela também havia me convidado para participar de seu novo disco, com a música ‘Felicidade Agora’, e essa foi uma retribuição”.
Mas Céu não foi a única inspiração para a música. A outra foi a escola Estácio de Sá, que há muito tempo não retorna ao grupo principal do Carnaval do Rio. Crescido no morro do São Carlos, o artista cantou esse amor em “Estácio, Holly Estácio”, faixa do álbum “Pérola Negra”, de 1973.
Esta semana, Melodia começa a ensaiar com sua banda e o arranjador Humberto Araújo o novo show, unindo as músicas novas a sucessos de diversas épocas.
“A minha intenção é tocar todas as composições antigas com os arranjos originais”, adianta o artista, que cai na estrada em setembro.