Autor dos versos de "Para Lennon e Mcartney", junto com Fernando Brant, Márcio Borges admite sua "paixão eterna" pelos Beatles. A influência que as palavras, a poética, as "letras lindas" do quarteto inglês exerceu sobre as letras que ele próprio escreveu. Sobretudo para o Clube da Esquina.
"Subjetivamente, é claro, porque só traduzi mesmo os poemas do Paul ("Blackbird Singing: Lyrics and Poems, 1965-1999", de 2002). Mas através das letras de Paul e John também passei a tratar dos mesmas temas que eles: do cotidiano, da pequena aldeia, das pessoas mais pobres, dos deserdados, dos desvalidos. Numa das primeiras músicas que fiz com o Bituca, ‘Novena’, eu já falava deste amor que não precisa ser só por alguém", recorda o letrista e escritor mineiro.
Alegando ‘agorafobia’, Márcio não pensa ir ao Mineirão. Como "não foi distinguido por nenhum produtor ou autoridade" com um lugar distante da multidão (que lhe causaria pânico), como ele acha que merecia, prefere ficar em casa. Provavelmente, ouvindo um disco dos Beatles e reacendendo memórias mais intensas e interessantes que se sentir "como formiguinha no estádio". Passou da idade.
Sobre "o hino extraordinário de Minas" que ele ajudou a compor (leia ao lado), imagina que George e John talvez não tenham sabido "do lixo ocidental". Desta declaração magistral de uma paixão artística, de fãs sem contato com os ídolos. "Dificilmente o Paul não tomará conhecimento da música: alguma pessoa ou o próprio governador poderão mencioná-la em conversa. Até porque o Milton fez um show na Dinamarca este ano e a plateia cantou ‘Para Lennon e Mcartney’ em português", frisa.
Parceiro de Márcio na música/hino, Fernando Brant irá ao show com familiares e amigos. Embora não se considere exatamente um fã dos Beatles: "Gostava deles, continuo gostando, mas fã talvez seja muito". Supõe, no entanto, alguma influência do quarteto na obra do Clube da Esquina e na Jovem Guarda.
Músico adora fama, as turnês e a vida de ‘star’
"Gosto muito dos Beatles e de Paul McCartney para ir ao show no Mineirão, para ver o palco deste tamanhinho", diz o cantor e compositor Affonsinho, que admite não suportar dividir espaço com os que vão aos shows "por causa do auê, só para contar aos outros que foi".
Se pudesse ver Paul mais de perto, num lugar onde fosse possível apreciar as guitarras, Affonsinho se disporia a se locomover até a Pampulha. Chateado por enfrentar a multidão, mas iria. Mas se é para ver no telão, acha melhor ver em casa. Light, longe do auê.
Fã confesso dos Beatles, daqueles que nunca deixaram de ler um livro sequer sobre a história do quarteto ou de cada um deles, em particular – e olhe que o mercado livreiro a respeito não para de se avolumar –, Affonsinho os considera geniais. Paul e Lennon, em especial.
"Mesmo envolvidos naquela barra pesada do fim do grupo, uma brigalhada danada entre advogados e empresários por percentuais, cada disco que faziam era melhor. Cada um se superava musicalmente, quase como mágica. Tudo era demais: melodias, harmonias, inovações vocais e instrumentais, alegria e sofisticação nas composições", avalia.
Pena, não é todo dia que se pode ver um gênio como Paul. Um gênio que adora a fama, as turnês mundiais e a vida de star.
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