Maria Bethânia traz a BH seu show 'Para namorar, pegar na mão e dar risadas'

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
01/06/2017 às 17:05.
Atualizado em 15/11/2021 às 16:35
 (João Vitor Alves/Divulgação)

(João Vitor Alves/Divulgação)

Maria Bethânia confessa que não esperava interesse por parte dos jornalistas para falar de sua apresentação neste sábado (3) no KM de Vantagens Hall (ex-BH Hall). “Não é um show em que uso o palco com a perspectiva de uma tribuna, com dramaturgia e enredo. É para namorar, pegar na mão e dar risadas”, registra a cantora, que, no próximo dia 18, completa 71 anos.

Aliás, o show começou de forma bem simples, “feito para comemorar os meus 50 anos de carreira na rua, com o povo da minha cidade (a baiana Santo Amaro)”, mas os pedidos foram tantos que Bethânia não teve outra alternativa do que realizar uma miniturnê. “O repertório tem canções escolhidas pelo público. Daí desejarem também. Teve um fetichezinho”, observa.

A cada apresentação, ela faz acréscimos e muda o repertório. Em Recife, incorporou uma homenagem ao percussionista Naná Vasconcelos, amigo de longa data falecido no ano passado. “É assim bem soltinho. Como eu tenho uma banda que já me acompanha há algum tempo e sabe todo o meu repertório, às vezes falo que quero cantar tal música, mudando de acordo com o lugar que estou”, explica.

Minas e mineiros

Dependendo da cidade, Bethânia fala de um cantor da região que admira. “Nada surge na hora, porque o palco exige respeito, tempo, dedicação e ensaio. Mas Minas é muito grande, tem grandes artistas. Se eu começar pela música, não paro nunca mais. Tenho muito a agradecer à literatura mineira, marcante em minha vida toda. Precisaria de mais 70 anos para falar dela”, afirma Bethânia.

No show, ela terá a companhia do pianista e compositor Túlio Mourão, mineiro de Divinópolis. “Conheço Túlio desde 1977 e, em 1979, gravei uma música dele. “Depois ele saiu de cena e foi dar aula. É um músico muito elegante, muito fino”, elogia Bethânia, que também não deixa de citar Milton Nascimento, Toninho Horta e o grupo Uakti, outros mineiros com quem trabalhou.

Ano sabático – só que não

Após a miniturnê brasileira, Bethânia se apresentará na Europa para, até o final do ano, entrar em estúdio novamente. “Eu ia tirar o meu ano sabático, mas não pude. Gosto de ficar mexendo. Ainda me sinto atraída pelo palco, precisando me expressar. Depois desse trabalho, vou ter que obrigatoriamente parar, quando esvaziar tudo. Ainda tem um restinho de coisa nova”, avisa.

No segundo semestre, será lançado documentário que exibe Bethânia lendo poesias ao lado dos escritores Mia Couto e José Eduardo Agualusa, gravado em Maputo, capital de Moçambique. Outro filme com a cantora acaba de ser finalizado pelo cineasta Marcio Dellabian. “Maria Bethânia – A Menina dos Olhos de Oyá” acompanha a homenagem feita pela escola de samba Mangueira, em 2016.

Sobre a política brasileira, ela hoje prefere se expressar por meio da música. “O palco é também um palanque, uma tribuna. É onde expresso o que penso, o que sinto, o que desejo... Meu país está todo ali”, salienta Bethânia, que já participou do movimento das Diretas Já, em 1984.

Serviço: Maria Bethânia – Sábado, 3/6,, às 21h, no BH Hall (av. Nossa Senhora do Carmo, 230). Ingressos: entre R$ 75 e R$ 1.200.

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