(YouTube/Reprodução)
LUANDA - Defensores dos direitos humanos criticaram a cantora americana Mariah Carey por fazer um show para o veterano presidente angolano, José Eduardo dos Santos, ao que parece por um milhão de dólares.
A Human Rights Foundation acusou a cantora de ter se deixado comprar para divertir uma das famílias mais ricas da África, em um dos países mais pobres do continente.
"Mariah Carey não parece ter o suficiente com o dinheiro que recebe de ditadores, mais de um milhão de dólares desta vez", declarou um militante deste grupo, Thor Halvorssen.
O ativista se referia de forma implícita a um show que a artista fez para um dos filhos do ex-líder líbio Muanmar Kadhafi, morto em 2011 após uma rebelião que derrubou seu regime.
Carey fez um show de duas horas no domingo em uma festa organizada em Luanda para a Cruz Vermelha, na qual foram arrecadados ao menos 65.000 dólares, segundo a agência oficial angolana Angop.
O site da agência mostra Mariah Carey cantando com um vestido vermelho e posando com o presidente e com sua filha Isabel.
O evento foi patrocinado por uma empresa de telefonia móvel de propriedade de Isabel dos Santos, a sétima pessoa mais rica da África, segundo a revista Forbes, e que também preside a Cruz Vermelha angolana.
"É um triste espetáculo ver uma artista internacional comprada por um Estado policial impiedoso, para entreter e lavar uma cleptocracia formada por pai e filha que acumulou ilicitamente uma fortuna de bilhões de dólares, enquanto a maioria dos angolanos vive com menos de dois dólares por dia", disse Halvorssen.
Em 2008, Carey fez um show para Seif al-Islam Kadhafi, filho do ex-líder líbio. Três anos depois disse que se sentia muito mal e muito chateada por sua atuação.