Mary del Priore fala da importância das biografias históricas

O passado é uma janela que deve ser aberta com olhos realistas, sem o desejo da fantasia por heróis. Porque muitas vezes é inegável a frustração. Afinal de contas, a história é feita por homens e mulheres de carne e osso. Essa é a preocupação da historiadora Mary del Priore, autora de mais de 40 livros sobre a história do Brasil, que participa nesta quarta-feira (12) do projeto “O autor na Academia” na Academia Mineira de Letras (Rua da Bahia, 1466, Centro).

A partir das 19 horas ela faz uma palestra sobre o tema: “A importância das biografias históricas”, seguida de debate. A entrada é franca.

“Fundamental na medida em que se procura trabalhar não com heróis de fantasia, cobertos de ouro, e muitas vezes construídos artificialmente. Mas, sim, olhar para o passado de carne e osso, é a grande vantagem dessas desconstruções desses heróis.

Tiveram amores, frustrações, é como reconstruir essa humanidade, essa janela do passado”, explica.

Conde d’Eu

Em seu último livo “O Castelo de Papel”, Mary del Priore retrata, além das questões políticas, o cotidiano do casamento da princesa Isabel e do marido Conde d’Eu.

Para a escritora, Conde d’Eu é um personagem de grandes conhecimentos políticos e senso humanitário, mas que ainda sofre com uma visão deturpada, principalmente por sua participação na Guerra do Paraguai.

“Em ‘O Castelo de Papel’ quem surgiu muito forte foi o Conde d’Eu. Tinha uma lucidez, pois via chegar a República. Além disso, desde a Guerra do Paraguai, vinha lutando pela libertação dos escravos”, afirma.

Mary del Priore considera fundamental se conhecer cada vez mais a história, sobretudo nesse mundo globalizado.

“No mundo em movimento e globalizado é preciso conhecer melhor o passado, nossas raizes; num mundo onde não há fronteira, é importante recuperar as histórias dos nossos avós”, diz.

Durante o evento, 100 exemplares do livro “O Castelo de Papel”, seu último trabalho, estarão à venda pelo preço de R$ 5.