(Ana Alexandrino/Divulgação)
O novo álbum da dupla Letuce ganhou o nome de “Estilhaça” (YB Music), para mostrar como a ideia de quebra é sempre bem-vinda para Letícia Novaes e Lucas Vasconcellos. “A gente tenta manter a vida intacta e vez ou outra é bom quebrar a estrutura, o molde. Imprevistos, sempre”, explica Leticia sobre o mais ousado dos três álbuns.
A quebra em questão talvez se refira à separação dos artistas em 2013 – mesma época em que o terceiro álbum começou a ser planejado. “Estilhaça” foi sendo amadurecido ao longo de meses, mas só pôde ser registrado no início de 2015, quando as agendas de cantora e guitarrista puderam ser conciliadas. “Sem dúvida amadurecemos como músicos, como cantora, e estamos juntos, tocando há seis anos. Nunca tínhamos entrado em estúdio tão afiados, tão companheiros, tão zoadores, tão sedentos, quanto dessa vez”, garante Letícia.
Ao planejar “Estilhaça”, não houve qualquer direcionamento. As músicas nasceram de forma independente e para cada uma foi desenvolvida uma pegada.
Sem amarras, para que pudessem apresentar um indie rock eclético. O amor continua a ser abordado nos trabalhos, mas dessa vez com novas perspectivas – afinal, as parcerias surgem agora em novos contextos.
Ao mesmo tempo
No mesmo momento em que sai o disco do Letuce, Lucas Vasconcellos coloca no ar o seu segundo álbum solo, “Adotar Cachorros”. É um trabalho experimental, em que exercita a criatividade sem se preocupar com feedback comercial. “Eu trabalho como colaborador em muitos projetos, sou guitarrista em alguns, baixista em outros, tecladista, produtor, faço trilhas para filmes, peças, performances de dança. Quando gravo um disco meu, há uma solidão e um desejo de desestruturar a lógica da música para que em nenhum momento eu fique refém de alguma influência ou prática que esteja povoando minha vida naquela época. É um tempo de descobrir novos instrumentos, arriscar técnicas de gravação menos ortodoxas”, diz o músico.
O lançamento teve de ser feito agora por conta da turnê da Legião Urbana que será iniciada em breve. Lucas está no projeto comemorativo, em que o vocal será assumido por André Frateschi. A agenda ainda não foi divulgada, mas o show vem sendo desenvolvido no estúdio de Liminha.
“Toco com o Dado Villa Lobos há um tempo e ele é um músico incrível. Muito livre e com ideias muito avançadas. Um artista verdadeiro e um guitarrista sui generis. E o (Marcelo) é um baterista muito atento às canções, muito original e filosoficamente um punk”.