Mineira une poesia e ‘canções sem palavras’ em livro

Patrícia Cassese - Hoje em Dia
29/11/2015 às 08:16.
Atualizado em 17/11/2021 às 03:08
 (Divulgação)

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O equilíbrio – ou a pretensão de equilíbrio. Essa foi a diretriz a qual a poeta Angélica Amâncio recorreu para garimpar, dentre sua lavra, os poemas que recheiam o recém-lançado livro “Adagio Ma Non Troppo – E Outras Canções Sem Palavras”. “A temática amorosa é preponderante, mas tentei mesclar formas poéticas diferentes – como o poema concreto e o haicai – e outros assuntos, de cunho mais social. Também tentei juntar poemas mais densos a outros mais leves, mais prosaicos, talvez”, diz a moça de Três Corações, radicada em BH há 13 anos.

Angélica conta que desde que foi alfabetizada, passou a escrever. “Comecei com contos, pelos quais fui premiada várias vezes – a primeira, aos 10 anos. Aos 11, em um livro didático, encontrei o poema ‘Desencanto’, de Manuel Bandeira, e descobri que também queria ser poeta. Não é por acaso que esse poema é também a epígrafe do meu livro de estreia”, explica. Dali em diante, a mineira se debruçou sobre os universos de Rimbaud, Walt Whitman, Mário Quintana.
Perguntada sobre o papel da poesia em tempos áridos, Angélica responde com uma experiência pessoal. “Quando vivo momentos difíceis, me educo a ler ao menos um poema por dia. É um jeito de sentir que a vida não está sendo desperdiçada.

O mesmo efeito poderia ter um bom filme, uma partida de futebol, o tempo ao lado de alguém que se ama: embelezar, suavizar a vida, que nem sempre é fácil – a gente sabe”, diz a moça, que é doutora em Literatura Comparada pela UFMG e pela Université Paris-Diderot. Mas sim, ela entende que, infelizmente, ainda há um certo preconceito “em relação a esse pobre gênero”.

“Em geral, as pessoas deparam com os poemas na escola, quando são forçadas a analisá-los pelo número de sílabas e as figuras de linguagem em cada verso. Depois, crescem com medo de poesia, porque a consideram enfadonha, trabalhosa, difícil. Nem sempre é assim! E há casos em que o ‘trabalho’ vale a pena; vale ler pela segunda vez um texto e buscar nele significados que não estavam aparentes na primeira leitura”, pontua.
 

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