(Gilvan Nunes/Divulgação)
Disse a escritora Clarice Lispector (1920–1977) que certas coisas não carecem entendimento – mas sim de “sentir”. Para mergulhar sem equívocos ou sobressaltos na arte do mineiro Gilvan Nunes, 48 anos, é necessário que se percorra esse caminho. Obras em grandes e pequenas proporções revelam figuras que, por mais que não tenham formas precisas nos dão a sensação de que as conhecemos. São como um déjà vu passando a impressão de que as vimos em algum lugar, velhas conhecidas retiradas de sonhos do qual nem nós mesmos sabemos descrever com exatidão, tampouco transmutá-las para a tela ou, como Nunes executa, para o linho. Quem estiver em Belo Horizonte pode, até 6 de dezembro, conferir a exposição homônima do artista que reúne uma amostra de sua produção mais recente. A ser inaugurada logo mais na Lemos de Sá Galeria de Arte, a mostra abarca 15 telas grandes e outras 20 pequenas. Sem realizar antecipadamente estudos de cores em suas obras, e embalado por contextos sociais e estéticos, Nunes diz que até desenhos de livros de biologia ajudam-o a criar um novo trabalho. “Pinto todos os dias. E todos os dias me renovo”. Com trabalho reconhecido – e exposto – mundo afora, somente agora ele inaugura sua primeira mostra individual em Minas Gerais. “Berço de movimentos e artistas de importância indiscutível, os mineiros têm senso estético mais apurado. Isso me fez ser sempre exigente com meu trabalho e também postergar uma apresentação aqui”, explica o artista, que há um bom tempo vive no Rio de Janeiro. “Estar fora, inclusive, me fez ser mais mineiro em todos os sentidos”. Serviço Exposição Gilvan Nunes na Lemos de Sá Galeria de Arte Local: av. Canadá, 147, Jardim Canadá Data: até 6/12 Horário: de segunda a sexta, das 10h às 18h. Sábado, das 11h às 14h