Mineiro "Quintal" é o grande vencedor de curtas-metragens em festival de cinema de Brasília

Paulo Henrique Silva
22/09/2015 às 23:50.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:49
 (Paulo Henrique Silva/Hoje em Dia)

(Paulo Henrique Silva/Hoje em Dia)

BRASÍLIA - O mineiro "Quintal" foi o grande vencedor da categoria de curtas-metragens do 48º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, em solenidade realizada na noite dessa terça-feira (22), no Cine Brasília.  Além de melhor filme, a produção de André Novais recebeu os troféus Candango de melhor roteiro e atriz, para Maria José Novais, mãe do cineasta. Exibido pela primeira vez no Festival de Cannes, na França, no início desse ano, "Quintal" mostra um dia inusitado na vida de um casal de idosos de periferia, interpretados pelos pais do diretor.    Da mesma produtora, Filmes de Plástico, sediada em Contagem, hoje uma das mais importantes do Estado, outro curta também saiu premiado na noite: "Rapsódia do Homem Negro", de Gabriel Martins, que levou para casa o troféu de trilha sonora e o Prêmio Aquisição do Canal Brasil. Trata-se de uma história de vingança, em que um homem negro (o músico Sérgio Pererê, também responsável pela trilha) faz um acerto de contas, após seu irmão ser espancando até à morte durante conflito em ocupação em Belo Horizonte.   Entre os longas-metragens, o pernambucano "Big Jato" recebeu menos troféus (cinco) do que o paranaense "Para a Minha Amada Morta" (sete), mas ficou com o principal deles: o de melhor filme, além de ator, para Matheus Nachtergaele, e atriz, para Marcélia Cartaxo, que recebe o prêmio pela quarta vez em Brasília. A primeira vez foi com "A Hora da Estrela", em 1986. Baseado em livro de Xico Sá, "Big Jato" acompanha o rito de passagem de um garoto de 15 anos, que tem como o inspiração o pai machista e o tio moderno.   O momento mais marcante da noite foram as vaias da plateia dirigidas ao diretor de "Big Jato", Cláudio Assis, nas duas vezes que subiu ao palco, para receber o Candango de roteiro e de filme. Na segunda vez, relutou um pouco, mas chamado pela equipe técnica, acabou tendo que ouvir gritos de "machista", constantes também durante a apresentação do filme, no último sábado. Tudo em virtude da polêmica criada durante debate, em Recife, do filme "Que Horas Ela Volta?", quando, bêbado, chamou a atriz Regina Casé de "gorda" e foi muito deselegante com a diretora Anna Muylaert.   Claúdio reagiu mal no palco, assim como no sábado, mandando o público "calar a boca" primeiramente. "Posso ser bêbado e doido, mas não sou mau caráter. É muito fácil criticar quando se está atrás do computador", esbravejou o realizador, que é pé quente no Festival de Brasília. Com seus dois primeiros filmes, "Amarelo Manga" e "Baixio das Bestas", também saiu como o grande vencedor. Outro trabalho de Claúdio, "Febre do Rato", não foi exibido no festival, mas ganhou vários troféus em Paulínia, há quatro anos.   (*) O repórter viajou a convite da organização do Festival de Brasília

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