(Paulo Lacerda/Divulgação)
Morreu na tarde desta sexta-feira (21) um dos mais importantes nomes da música e da ópera do país, o maestro Luiz Aguiar, aos 78 anos, por hemorragia interna no Hospital Felício Rocho, em Belo Horizonte, onde estava internado. O enterro acontece amanhã no Cemitério do Bonfim em horário ainda a ser definido pela família. Especialista na obra do Carlos Gomes (tido como o maior compositor de ópera do Brasil), Luiz Aguiar, ainda na juventude, abandonou o curso de medicina e tornou-se bailarino. Anos mais tarde, foi o primeiro regente de coral lírico de Minas Gerais – com atuação célebre na Fundação Clovis Salgado. No ano passado, Luiz Aguiar celebrou 60 anos de carreira. Nesse tempo, produziu cerca de 80 óperas e orgulhava-se de hoje ser o regente do grupo espírita Irmã Sheila. “Quando ganhei o piano, ele imediatamente disse que iria me ensinar. Nos encontrávamos duas vezes por semana por isso. Sua paixão pela música era pulsante”, recorda a assessora da diretoria artística do Palácio das Artes, Cláudia Malta, 56 anos. A secretária de Estado de Cultura, Eliane Parreiras, também conviveu por um longo período com o maestro de quem guarda importantes ensinamentos. “A morte do maestro Luiz Aguiar deixa de luto a cultura de nosso pais. Com sua batuta, ele conduziu, de maneira incansável, um sem-número de obras, sempre a sensibilidade e a percepção aguda de um artista completo e generoso”. A secretária destaca que o talento do maestro sempre repercutiu, não apenas nos grandes espetáculos dos quais participou, mas sobretudo na memória e formação das centenas de apreciadores de sua arte. “Maestro, critico e pesquisador, Aguiar produziu, ao longo de sua trajetória, reflexões fundamentais para o entendimento da música clássica e da opera produzida e interpretada em Minas Gerais”. Importante compilação destes artigos será lançada em breve no livro “Luiz Aguiar Maestro” realizado em parceria com a Secretaria de Cultura. “Com mais este legado, o maestro eterniza sua valiosa contribuição ao desenvolvimento cultural do nosso estado”, completou a secretária.