(Sérgio Telles)
A pintura do carioca Sérgio Telles acaba de ganhar mais um reconhecimento: o artista foi eleito recentemente para a Academia Brasileira de Arte. Não bastasse, ganha exposição gratuita na Errol Flynn Galeria (rua Alagoas, 977), de hoje ao dia 28. No dia 29, às 20h30, haverá um leilão no Centro Jurídico Brasileiro (rua Santa Rita Durão, 1143).
A mostra apresenta os belíssimos “Montmartre”, “Jardim de Luxemburgo”, “Póvoa do Varzim” e “Bordel”, entre outros. Apesar das honrarias, Telles, conserva a modéstia. “Passei a minha vida de pintor recusando o espírito de acadêmico. Agora essa ‘coisa’ surgiu, não fiz campanha”, conta ele, que começou os estudos aos nove anos e aos 18 participou pela primeira vez do Salão Nacional de Belas Artes.
Olhos atentos
Sobre os rumos da artes no país, Telles – que também é diplomata– diz que acompanha com olhos atentos. “É o tal negócio, cada um faz sua opção. E a minha opção é por artes mais compreendidas e que, de alguma forma, possam ser um espelho da vida”, frisa, descartando qualquer tipo de arte mais hermética.
Telles, que trabalha com desenhos, aquarelas, gravuras e pinturas, diz que tem ido pouco ao seu ateliê, em São Paulo, onde mora. “Estou com 78 anos, de modo que vou ficando cada vez mais preguiçoso. Quando dá vontade vou para o ateliê, vou para a rua, mas não vivo de pintura. Não fico naquela angústia de ter que vender para pagar aluguel, pois a rigor ninguém precisa de quadro, só os iniciados que têm algum interesse cultural. A imensa maioria precisa de leite, de transporte, saúde, educação.
A arte é uma sublimação da vida, a arte é luxo, é uma consagração cultural, a prioridade é a qualidade de vida”, ensina o mestre, cujas obras estão espalhadas por vários museus do mundo, como no Hermitage de São Petersburgo, Arte Moderna de Kobe, MASP, Carnavalet em Paris e Arte Moderna de Lisboa.