"Não existe mulher difícil", Marcelo Serrado ironiza nos palcos de BH

Miguel Anunciação - Do Hoje em Dia
26/10/2012 às 07:21.
Atualizado em 21/11/2021 às 17:34
 (Divulgação)

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Recém-contemplado com dois personagens de muito sucesso na TV, ambos distintos pela lida com o sexo, Marcelo Serrado vem a BH com o solo “Não Existe Mulher Difícil”, atração deste final de semana do Sesc Palladium. Abaixo, ele responde às perguntas que lhe formulamos por e-mail. Rogéria, atriz e travesti, costumava dizer “coitado do artista que não tem público feminino, porque são as mulheres quem decidem ir ao teatro e arrastam o homem”.

Você acha que agrada o público feminino dizendo que mulheres são fáceis no título do seu espetáculo?

O título não diz que as mulheres são fáceis, diz “Não Existe Mulher Difícil”, o que é bem diferente. A maioria do público é feminino e o título da peça, que é igual ao livro, foi pensado não para ser machista, mas para gerar curiosidade nas pessoas.

Você realmente acha importante fazer graça do “comportamento estereotipado de quando o homem se separa”?

Estamos falando de teatro e comédia e as pessoas saem de casa para rir, para se divertir, mesmo que seja de situações cotidianas ou de relacionamento. A peça é leve, divertida e não pretende ser uma sessão de análise – até brinco com isso em certo momento. Homens e mulheres têm reações diferentes e usamos estas questões de forma muito divertida.

Você está convencido que “o cafajeste é um homem de bem”, como afirma o material de divulgação da peça?

Só assistindo a peça para entender essa frase…
Que você acha que andaria confundindo os homens neste momento em que as mulheres exigem mais autonomia e respostas melhores dos homens?
Falo muito sobre isso durante a peça. As mulheres agem de formas que nem sempre os homens entendem, mas esperam uma atitude que talvez nunca tenham, pois o que foi entendido pelo outro lado é outra coisa. Nos personagens femininos da peça eu coloco bem isso, como coisas simples podem se transformar em grandes e que acabam sendo divertidas vendo de fora.

O fato de haver interpretado um gay teria alterado seu modo de enxergar as relações homem/mulher ou apenas reforçou suas mesmas conclusões de antes?

Cada papel é um e o que me reforça em cada um deles é o que eu aprendo e consigo levar para os próximos. São situações diferentes, fica complicado tentar traçar este paralelo.

A experiência de interpretar um gay e logo em seguida um mulherengo seria um exercício aconselhável a qualquer pessoa ou transtornaria as certezas que alguém possa ter de suas escolhas afetivos/sexuais?

Sou ator e não cabe a mim este tipo de avaliação sobre as escolhas de cada um. Cada personagem que faço tem uma característica, uma essência e o meu objetivo é interpretar da melhor forma possível, mas é claro que as pessoas acabam se identificando, fazendo questionamentos e avaliando situações. Fico feliz que algumas pessoas se reconheçam nesses personagens.

Serviço

"Não Existe Mulher Difícil". Classificação: 14 anos. Duração: 1h10. Sesc Palladium (av. Augusto de Lima, 420, Centro - 3214-5350/5360). Sexta e sábado, 21h. Entre R$70 e R$ 20 (meia-entrada). Dias 26 e 27 de dezembro.

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