Na calada da noite, histórias de vida e lições de ciências invadem ônibus em BH

Elemara Duarte - Hoje em Dia
04/07/2015 às 08:33.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:45
 (Facebook Ciência para todos)

(Facebook Ciência para todos)

Quem pegar algumas linhas de ônibus de Belo Horizonte, neste sábado (4), vai se deparar com a 10ª edição de textos dos projetos “Leitura Para Todos” – que completa dez anos de existência – e “Ciência Para Todos”. O trabalho de divulgação foi feito durante essa madrugada por 30 abnegados alunos da UFMG.   Eles deram um tempinho na clássica agenda de balada do fim de semana para distribuir as cópias dos 36 novos textos. No trabalho, eles amarraram centenas das já tradicionais mensagens plastificadas nos encostos das cadeiras de dezenas de coletivos, em três garagens da capital.   O trabalho “fora da área” na qual estuda foi o chamariz para que o estudante de estatística, Gabriel Augusto Martins Rodrigues, entrasse para o voluntariado lítero-científico. Aos 25 anos esta é a quinta vez que ele distribui os textos durante a madrugada. E mesmo depois que fechou o total de horas de atividades de extensão, ele ainda continuou indo aos encontros.   “A vibe do grupo é boa. Conhecemos pessoas de outros cursos. Fora a repercussão que dá. Ando somente de ônibus. Hoje mesmo estava lendo um dos textos que meu grupo afixou”, lembra.   Entre os comentários sobre o projeto, ele já viu desde gente disputando texto de outro banco para ler, até aqueles que criticam a inofensiva presença das plaquinhas no veículo.     Para todos os gostos   Nesta edição, há poemas, crônicas e contos de escritores, a maioria, amadores. Na seleção, há textos que falam sobre BH, como é o caso de “Adeus, Maletta!”, de Fernando Righi (“Fantasmas escurecem as sujas galerias do Maletta/ há um vaivém desmedido atrás dos dias de glória/ mas ninguém os pode ver”).   Há também referências sobre comportamento humano, como no poema “Ansiedade”, de Affonso Romano de Sant’Anna (“Prevejo homens/ destruindo o mundo inteiro/ e ninguém para detê-los”), e sobre infância e amor à natureza. Já nos textos sobre ciência, os temas vão de “chuva ácida” a “Pantanal”, passando por saúde do corpo e física quântica.   Alta adesão   Nos dez anos deste projeto que é custeado pelo MEC, a equipe contou com pesquisa junto dos usuários. Os dados mostram que a adesão à simples iniciativa é bem relevante: mais de 80% dos usuários disseram que frequentemente leem, sim, as publicações.   “Temos pessoas de todas as faixas de escolaridade. Algumas até analfabetos e se manifestaram sobre a importância dos textos”, lembra a coordenadora do “Ciências Para Todos”, Adlane Vilas-Boas, do Instituto de Ciências Biológicas (ICB/UFMG). Os textos são ilustrados e trocados a cada três meses - tudo para fazer a viagem dos passageiros mais informativa e poética.   Para participar dos próximos lançamentos, os interessados devem se cadastrar pelo e-mail: cienciaeculturanoar@gmail.com. 

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