No "Ofício da Palavra", Luiz Vilela fala sobre sua obra e faz leitura de texto

Elemara Duarte - Hoje em Dia
28/05/2013 às 09:45.
Atualizado em 20/11/2021 às 18:37

O escritor Luiz Vilela, vai dar um tempo para Ituiutaba, no Triângulo Mineiro, um "até daqui a pouco" para o gato siamês "Lindo" e fazer um jejum forçado longe das broinhas de fubá, tamanho sacrifício – veja bem, leitor amigo – para participar nesta terça (28), do Ofício da Palavra, às 19h30, no Museu de Artes e Ofícios (Praça da estação, s/n, Centro). Entrada gratuita.

No encontro, o autor, deve ler um dos textos de seu próximo lançamento "Você Verá". O livro com 11 contos sairá no segundo semestre pela Editora Record. Os contos foram escritos nos últimos dez anos, paralelamente à novela "Bóris e Dóris" e ao romance "Perdição".

Diálogo à prova

A novela "Bóris e Dóris" mostra envolvente diálogo entre o casal que dá nome ao livro. Diálogo, diga-se de passagem, que é especialidade do autor, capacidade que o fez um dos preferidos dos cineastas. Em produção, há três textos do autor sendo filmados em curta-metragem em Campo Grande, Rio e Porto Alegre.

O porquê dessa afinidade é simples: "O pessoal acha que os contos são muito cinematográficos. O diálogo tem que ser natural. A naturalidade do texto não é a da vida".

Ele faz um teste com seus textos que é infalível. Receita, atribui Vilela, do escritor francês Gustave Flaubert. "Leio em voz alta. Eu faço como se fosse um texto teatral. Se a voz for feminina, também mudo a entonação".

A receita recebeu um adendo, no caso, made in Ituiutaba. "E eu leio os textos de pé, sentado e deitado. Minha próxima tentativa será plantando bananeira", brinca o autor, de 70 anos. Vilela acredita que a diferença nas posições interfere na melhoria da interpretação por causa do fluxo de sangue na cabeça. Vamos crer.

Longa estrada

Ainda na adolescência, Luiz Vilela mudou-se para Belo Horizonte, onde se formou em Filosofia pela UFMG. Participou do grupo do "Suplemento Literário", em BH, e, nos anos 1960, já em São Paulo, trabalhou como repórter no "Jornal da Tarde".

Hoje, de volta à terra natal, "cada dia é um novo dia" para o autor. "Tenho meus compromissos com a literatura. Moro eu e um gato siamês. Ele é lindo, por isso, só o chamo de ‘Lindo’. Dou uma ida ao boteco. Mais tarde, vou comprar uma broinha de fubá", avisa, na entrevista. Assim, na vida interiorana, Vilela já tem pronta outra novela, para 2014, e um novo romance. Ambos, ainda com tema mineiramente em segredo.

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