Nos cinemas, "O Amante da Rainha" e as tramas do poder

Paulo Henrique Silva - Do Hoje em Dia
08/02/2013 às 08:57.
Atualizado em 21/11/2021 às 00:50
 (Europa)

(Europa)

"Amor" é o franco favorito para receber o Oscar de melhor filme em língua não-inglesa no próximo dia 24. O fato de ter sido indicado também na categoria principal amplia suas credenciais, mas a lógica nem sempre prevalece na premiação, especialmente entre as produções estrangeiras.

E quem está mais próximo de tirar a estatueta de "Amor" é "O Amante da Rainha", filme dinamarquês que estreia nesta sexta-feira (8) nos cinemas. Nos dois casos, os títulos apontam para um enredo romântico, mas reduzi-los a esse aspecto exclui o que são os seus elementos mais interessantes.

Enquanto "Amor" fala da crueldade da velhice, o longa-metragem de Nikolaj Arcel discute as sórdidas manipulações do poder. Baseado numa história real ocorrida no século 18, quando a Dinamarca era governada por Cristiano 7º, os bastidores em torno de interesses próprios são muito atuais.

Fantoche

O médico vivido por Mads Mikkelsen (o vilão de 007 em "Cassino Royale") é introduzido no castelo para espionar e colaborar na derrubada de um rei com sérios distúrbios mentais e que vira fantoche nas mãos de seus conselheiros.

A estratégia dá certo até determinado momento, porque o médico não só se apaixona pela jovem rainha mal-tratada por seu marido, como também passa a influenciar na criação de leis que beneficiam o povo. Seus antigos aliados, então, se voltam contra ele.

Arcel se mostra hábil ao conduzir a narrativa com riqueza histórica e grande interesse pelos conflitos dos seus personagens, abafados pelos ideais conservadores, tanto em relação ao papel da mulher, quanto ao pensamento iluminista do médico.

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