Nova geração faz tributo a Milton Nascimento

Cinthya Oliveira - Hoje em Dia
17/05/2015 às 09:28.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:03
Homenagem a Bituca terá vocais e piano de Rafa Castro, com participação de Maurício Tizumba (Divulgação)

Homenagem a Bituca terá vocais e piano de Rafa Castro, com participação de Maurício Tizumba (Divulgação)

Quando o site A Musicoteca lançou um tributo em homenagem ao grupo Los Hermanos, “Re-Trato”, a iniciativa foi um grande sucesso. Foram mais de 600 mil downloads e as releituras, feitas por destacados nomes da música independente, chegaram a trilhar caminhos próprios – “Conversa de Botas Batidas”, versão de Cícero, chegou a ser vencedora em categoria do Prêmio Multishow.
O produtor de “Re-Trato”, Pedro Ferreira, está à frente de uma nova coletânea em homenagem a Milton Nascimento, dessa vez para o site musical Scream&Yell.
O álbum duplo “Mil Tom” tem dois lados bem interessantes: a oportunidade para que novas gerações conheçam ainda melhor a produção de um dos maiores nomes da música nacional; e a chance de divulgar 32 nomes bastante interessantes da música contemporânea brasileira, de 11 Estados.
A independência de todos artistas é uma marca do projeto. “A intenção é fugir do óbvio. Deixo os artistas à vontade para imprimirem sua identidade nas canções”, garante Pedro Ferreira, que é mineiro de Mariana. Todos os artistas entregaram suas versões na última sexta-feira. A previsão de lançamento – com download gratuito – é junho. Desafio   Na lista dos convidados a participar do projeto estão três mineiros. Aline Calixto ficou com “Vera Cruz” e convidou seu amigo Thiago Delegado para desenvolver sua versão. “A música de Milton é muito complexa, porque é bem detalhada em harmonia e arranjos. É preciso ter cuidado ao colocar a nossa cara sem perder a essência”.
Os garotos do Dom Pepo querem um tom político com a escolha de “Credo”. “É uma música muito simbólica, visto que tem uma temática politizada e totalmente relacionada com a nossa origem, que é das ocupações e manifestações culturais de rua belo-horizontinas”, diz o integrante da banda Pedro Fonseca.
Destaque da cena paulistana, a cantora Blubell escolheu “Beijo Partido” para interpretar. “É uma honra e um desafio interpretar a obra do Bituca, não só pela importância da sua música, mas porque suas canções não são fáceis de cantar. Ao ouvir essas canções de perto, percebemos o quão fora de série é seu talento como intérprete”.   Outros projetos evidenciaram a obra de Bituca recentemente   Semana passada, Zélia Duncan e o violoncelista Jaques Morelenbaum subiram ao palco da Cidade das Artes, no Rio de Janeiro, para interpretar músicas de Milton. O show fez parte do projeto “Inusitado”, comandado pelo produtor André Midani. O repertório contou com “Canção Amiga”, “Caxangá”, “Encontros e Despedidas”, “Cravo e Canela”, “Ponta de Areia”, entre outras.
A obra de Bituca foi homenageada recentemente em outro projeto, o musical “Nada Será Como Antes”. O espetáculo, lançado no ano passado e dirigido pelos diretores Charles Möeller e Claudio Botelho, é composto pelas principais canções da carreira de Milton Nascimento. As quatro estações do ano norteiam o roteiro: “Bola de Meia, Bola de Gude” está presente no momento dedicado ao verão; “Nuvem Cigana”, na primavera; os principais clássicos, como “Caçador de Mim” e “Encontros e Despedidas”, estão no outono; e a faixa-título foi inserida no momento inverno.

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