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Espécie de “Bíblia” do cinema mundial, o Internet Movie Database (IMDb) relaciona, numa busca sobre filmes de terror com bonecos, nada menos do que 407 títulos. Logo mais um outro engrossará a lista: a nova versão de “Brinquedo Assassino”, que estreará na próxima quinta-feira, ressuscitando o maléfico Chucky.
Pequeno, com cabelos vermelhos e vestindo macacãozinho azul, o boneco ganhou vários “rivais” nos últimos anos, como o Billy de “Jogos Mortais” e a Annabelle, do filme homônimo. Na verdade, este sub-gênero teve início na década de 1960, possivelmente inspirado em dois episódios da série de suspense “Além da Imaginação”.
Especialista em filmes de terror, Rodrigo Ramos observa que os filmes de terror com bonecos refletem uma fobia muito comum, principalmente entre crianças: o medo de figuras estáticas, como estátuas e manequins. No caso dos bonecos, esta fobia tem nome: pediofobia, mais associada a traumas de infância.
“Os melhores filmes do sub-gênero são aqueles que usam este trauma para criar uma narrativa mais psicológica. Um bom exemplo disso é ‘Devil Doll’, em que um ventríloquo usa o boneco para realizar os crimes. Quando os filmes partem para a coisa mais física, aí não dá para levar muito a sério”, observa Ramos.
Ele salienta que é difícil engolir a ideia de um boneco de 50 centímetros carregando uma faca e matando a esmo. “A própria franquia acabou indo para um lado mais de galhofa, como ‘A Noiva de Chucky’ e ‘O Filho de Chucky”. E, ao que parece, o novo filme também tem um lado divertido”, adianta o crítico.
Ramos registra ainda que há dois tipos de filmes de terror com bonecos. Um em que eles são possuídos por espíritos do mal, como em “Annabelle” e em “Brinquedo Assassino”. E outro em que um assassino usa o brinquedo como ferramenta para as barbaridades, como “Jogos Mortais” e “Devil Doll”.
Apesar de não ser um filme que tem os bonecos assassinos como protagonistas, “Poltergeist – O Fenômeno”, produzido por Steven Spielberg, tem uma das cenas mais marcantes sobre o tema, quando um garoto, residente numa casa construída sobre cemitério indígena, se confronta com o próprio palhaço de brinquedo.
“No caso de ‘Poltergeist’, são dois tipos de medos: o de bonecos e o de palhaços. É interessante observar que, no início do filme, o boneco nem se mexe, mas fica claro para o espectador o medo que o menino tem. Depois, esse medo vai contra ele próprio”, destaca o especialista.