‘O Assalto’ ganha remontagem em BH

Pedro Artur/Hoje em Dia
09/09/2014 às 08:03.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:07
 (Alessandro Carvalho/)

(Alessandro Carvalho/)

Incomodar, provocar e levar o público à reflexão. Esse tripé conceitual move o espetáculo “O Assalto”, da Companhia Atores Associados, com direção de Fernando Couto e Rafael Zanon. A peça estreia nesta terça-feira (9) e permanece em cartaz até 9 de outubro.

Na empreitada, Couto “bota” o dedo na ferida. “Gosto muito desse texto, que incomoda, perturba e leva à reflexão. O público vai deixar o teatro consciente de ter assistido a um espetáculo com gosto de realidade”, avisa. “O Assalto” se passa num banco, no qual Vitor (bancário), após mais um dia de jornada, decide fazer de Hugo (faxineiro) seu interlocutor. Na verdade, a relação é pano de fundo para um debate sobre o poder do dinheiro.

Para Fernando, o premiado texto de Zé Vicente, que estreou em 1969, segue atual. “O tema ‘exploração sistemática do poder econômico sobre os indivíduos’ nunca esteve tão evidente. No mundo todo estamos cercados por essa problemática que envolve dinheiro no dia a dia. E não só. Rouba-se também o tempo, a identidade, a vitalidade”.

O diretor conta, ainda, que a montagem é uma homenagem ao autor, morto há sete anos. “Ele foi perseguido pela ditadura. Foi o único autor a ter uma peça proibida diretamente pelo presidente (Costa e Silva) pela TV – no caso, ‘Santidade’, que, diziam, afrontava a moral e os bons costumes”, frisa.

“O Assalto” – Sesi Holcim (rua Padre Marinho, 60). Desta terça a 2/10. Terças a quintas, às 20h30. Ingressos: R$40, R$20 (meia), R$15 (Sinparc)

 

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