"O Corpo é a Mídia da Dança – Outras Partes" será apresentado de sexta a domingo em BH

Miguel Anunciação - Hoje em Dia
05/06/2013 às 10:01.
Atualizado em 20/11/2021 às 18:51

Enquanto a nova montagem, "Monoblocos", não estreia, Vanilton Lakka vem a Belo Horizonte com um campeão de público e crítica do seu repertório: "O Corpo é a Mídia da Dança – Outras Partes" será apresentado na Funarte MG, entre sexta (7) e domingo (9).

Produzido com recursos do FID Território Minas, o espetáculo começou com apenas Lakka em cena. Contemplado pelo edital Rumos Dança, pôde ser re/elaborado, mobilizar mais bailarinos, propor outros suportes.

"A princípio, usava uma instalação de infláveis, daqueles de oficina mecânica, mas o público não entendia bem e era tudo muito difícil de transportar", recorda o bailarino e coreógrafo de Uberlândia, Melhor Bailarino em 2005, segundo a Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA).

A nova composição acolhe mais dois bailarinos-colaboradores, Chiquinho da Costa e Cláudio Henrique, uma relação bastante lúdica e franqueada com a plateia, carrinhos de controle remoto e barbantes como elementos de cena e de demarcação cenográfica. Se expande ainda por mídias à distância: gibi, telefone e internet. Será raro um outro tão plástico, atlético, sedutor, entusiasmante. É imperdível.

Acostumado à estrada, já em 2006 viajava à Alemanha. Depois foi levado a mais 15 países da Europa, África e América Latina. Em 2011, viajou à Europa praticamente todos os meses, graças à vitoriosa passagem pela Bienal Internacional do Caribe, em Cuba. E, em setembro, deve cumprir 12 apresentações por 11 cidades da Suécia.

É um sucesso. O mais solicitado dos quatro trabalhos que Lakka já criou com colaboradores. Não ter um grupo sequer o impediu de obter patrocínio da Petrobrás para circular pelo país, há dois anos. Além da formação eclética (a partir da dança de rua, aos 12 anos, adicionou o clássico e o contemporâneo), Lakka é bacharel em Ciências Sociais. Planeja escrever sobre a relação tão especial deste espetáculo com a plateia. É só ver para crer.

Peça frisa os excessos do mundo moderno

A rotina de uma ONG internacional é o centro das atenções de "Fábrica de Nuvens", atração do Teatro Espanca!, no Centro, onde o espetáculo seguirá em cartaz até a próxima segunda-feira (10), sempre a partir das 20 horas. Exceto na quinta (6), porque o espaço já mantinha uma outra atração agendada com antecedência.

Escrito e dirigido por Daniel Toledo, ator, dramaturgo e diretor, o espetáculo alimenta discussões sobre o quanto nosso mundo acirra os excessos, de variadas naturezas, e quanto o processo de produção industrial e consumo, e o ritmo de trabalho, em particular, podem ser alienantes, desumanos, exagerados.

Bianca Fernandes, Martim Dinis, Regina Ganz e o próprio Toledo fazem os personagens, que mostram de fato o que são após uma mudança inesperada, surpreendente.

Produzido com recursos do Fundo Municipal, a montagem dura apenas 40 minutos e da cena curta que já foi (e vista em Curitiba e em BH) guardou apenas o início e o final.

Marcelo Costa, do Espanca! assina o "olhar de fora". E Leandro Aragão executa as videoinstalações que servem de cenografia, feitas de resíduos e gambiarras. As obras estarão em exposição em horários alternativos à peça.

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